"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de março de 2015

NA MIRA DA POLÍCIA, PT TENTA SALVAR LULA, O CHEFÃO, ENTREGANDO O TESOUREIRO JOÃO VACCARI NETO



João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT em sua indefectível mochila:
fim de careira. (Foto: Veja)


Embora em público a presidente Dilma Rousseff afirme que não acredita que o indiciamento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tenha reflexos sobre o governo, nos bastidores o partido já desenha uma estretégia para se descolar de Vaccari. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o governo e a cúpula do partido pressionam o tesoureiro a deixar o cargo. Em conversas reservadas, dirigentes do PT dizem que a situação de Vaccari é "insustentável". O roteiro faz lembrar a tática adotada pelo partido em 2005, no auge do mensalão: na ocasião, a sigla expulsou o tesoureiro Delúbio Soares para tentar acalmar a opinião pública. Mas em julho de 2011 o ex-tesoureiro foi readmitido nos quadros partidários do PT, numa estratégia adotada pelo partido para limpar a imagem dos envolvidos no esquema, com vistas ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, que se aproximava. Não deu: Delúbio acabou condenado por corrupção ativa e hoje cumpre pena em regime aberto.

Alvo da Operação Lava Jato, Vaccari foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. Segundo as investigações, ele intermediou doações de 4,2 milhões de reais de empresas investigadas que, na verdade, eram oriundos do propinoduto da Petrobras. Foram 24 repasses de empreiteiras, em dezoito meses, no período de 2008 a 2010.

Vaccari foi citado nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do ex-gerente de Serviços da companhia Pedro Barusco. Os três mencionaram o tesoureiro petista como responsável por receber propina em nome do partido. Barusco disse que o petista recebeu aproximadamente 50 milhões de dólares desviados entre 2003 e 2013, e que o valor desviado para o PT, também com a participação do tesoureiro, chegou a 200 milhões de dólares. Também foi Barusco quem decifrou para os investigadores o significado da palavra "Moch", que aparecia nas planilhas detalhando a divisão do dinheiro. Era uma menção ao apelido de Vaccari - "mochila", um acessório que ele sempre carrega.

Segundo o jornal, o argumento dos petistas que pedem o afastamento do tesoureiro é que o PT e a presidente Dilma Rousseff vivem uma crise política de alta intensidade e sua permanência causaria ainda mais desgaste para o partido e o Palácio do Planalto. Mesmo quem apoia Vaccari no partido argumenta que ele precisa se afastar para se defender e lembra que isso já foi feito por Ricardo Berzoini, seu amigo e hoje ministro das Comunicações. Em 2006, Berzoini presidia o PT, coordenava a campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve o nome associado ao escândalo dos aloprados. Por ordem de Lula, Berzoini se afastou da campanha e do partido. No ano seguinte, reassumiu o comando do PT.

Em nota, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, negou que o petista tenha solicitado dinheiro para campanhas eleitorais do PT. Ele disse que Vaccari "repudia as referências feitas por delatores a seu respeito, pois não correspondem à verdade".

Do site da evista Veja


17 de março de 2015
in aluizio amorim

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