Ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, nega que governo tenha sugerido fuga de senador
BUENOS AIRES — Depois de uma primeira reação cautelosa, o governo do presidente boliviano, Evo Morales, acusou nesta segunda-feira o Brasil de ter violado tratados internacionais e exigiu uma explicação “verossímil” sobre a fuga do senador opositor Roger Pinto Molina.
Horas depois de o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ter apresentado um pedido formal de explicações à Embaixada do Brasil em La Paz, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, afirmou que “neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada no mundo inteiro”.
Em entrevista exclusiva ao GLOBO, Quintana assegurou que o governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação “verossímil sobre o ingrato episódio” envolvendo o senador da oposição.
Segundo Quintana, braço direito do presidente boliviano, o governo Morales já convocou uma equipe de especialistas em relações internacionais para avaliar as circunstâncias jurídicas e os próximos passos da Bolívia a partir de agora.
A estratégia do Palácio Quemado, disse um dos homens mais poderosos do governo Morales, dependerá da resposta a ser dada pelo Estado brasileiro.
O GLOBO: Algumas versões indicam que a Bolívia teria sugerido a fuga de Pinto para resolver um problema que atrapalhava o relacionamento bilateral.
Juan Ramón Quintana: Isso é um absurdo. Seria incompatível com nossa política de combate à corrupção, porque este senador enfrenta mais de 20 processos na Justiça boliviana e esta acusado, entre outros delitos, de corrupção e enriquecimento ilícito. Roger Pinto não é um cidadão perseguido politicamente, é um cidadão julgado e está sujeito a um processo judicial. Existe uma condenação. Falar em sugestão por parte da Bolívia parece uma desculpa de um funcionário de algum ministério do Brasil para explicar algo que não tem explicação.
O governo Morales jamais imaginou que a fuga poderia acontecer?
Juan Ramón Quintana: Não, estamos consternados, tão consternados que convocamos uma equipe de especialistas em relações internacionais que já está estudando os efeitos jurídicos desta situação. Estamos esperando uma explicação oficial do governo brasileiro e assim que ela chegar analisaremos os passos a seguir, em base à recomendação desta equipe de especialistas. Dependendo da resposta do Brasil, identificaremos o conjunto de normas internacionais que o Estado brasileiro poderia ter violado. Não sabemos se a fuga foi uma decisão deliberada do Estado brasileiro ou uma ação independente de um funcionário. Por enquanto, seremos prudentes. O governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação verossímil sobre o ingrato episódio. Se um funcionário do Brasil utilizada carros diplomáticos para facilitar a fuga de um delinquente o que não poderia acontecer no caso de drogas ou armas. É muito grande. Neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada, no mundo inteiro.
Havia alguma possibilidade de que a Bolívia tivesse concedido o salvo- conduto?
Juan Ramón Quintana: Não, nenhuma. Isso teria significado um conflito de poderes, porque o senador foi denunciado pelo Ministério Público, já foi condenado e continua sendo julgado. Pinto optou pela estratégia da turbulência diplomática, ele queria afetar as relações entre Brasil e Bolívia. É um delinquente, que deveria ter se defendido nos tribunais, lugar onde nunca esteve.
Os presidentes Dilma Rousseff e Evo Morales poderiam conversar sobre o assunto na próxima cúpula de presidentes da União de Nações Sul-americanas (UNASUL), no Suriname?
Juan Ramón Quintana: O encontro entre ambos será inevitável, mas ainda não sabemos se haverá uma conversa sobre o caso de Roger Pinto.
Horas depois de o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ter apresentado um pedido formal de explicações à Embaixada do Brasil em La Paz, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, afirmou que “neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada no mundo inteiro”.
Em entrevista exclusiva ao GLOBO, Quintana assegurou que o governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação “verossímil sobre o ingrato episódio” envolvendo o senador da oposição.
Segundo Quintana, braço direito do presidente boliviano, o governo Morales já convocou uma equipe de especialistas em relações internacionais para avaliar as circunstâncias jurídicas e os próximos passos da Bolívia a partir de agora.
A estratégia do Palácio Quemado, disse um dos homens mais poderosos do governo Morales, dependerá da resposta a ser dada pelo Estado brasileiro.
O GLOBO: Algumas versões indicam que a Bolívia teria sugerido a fuga de Pinto para resolver um problema que atrapalhava o relacionamento bilateral.
Juan Ramón Quintana: Isso é um absurdo. Seria incompatível com nossa política de combate à corrupção, porque este senador enfrenta mais de 20 processos na Justiça boliviana e esta acusado, entre outros delitos, de corrupção e enriquecimento ilícito. Roger Pinto não é um cidadão perseguido politicamente, é um cidadão julgado e está sujeito a um processo judicial. Existe uma condenação. Falar em sugestão por parte da Bolívia parece uma desculpa de um funcionário de algum ministério do Brasil para explicar algo que não tem explicação.
O governo Morales jamais imaginou que a fuga poderia acontecer?
Juan Ramón Quintana: Não, estamos consternados, tão consternados que convocamos uma equipe de especialistas em relações internacionais que já está estudando os efeitos jurídicos desta situação. Estamos esperando uma explicação oficial do governo brasileiro e assim que ela chegar analisaremos os passos a seguir, em base à recomendação desta equipe de especialistas. Dependendo da resposta do Brasil, identificaremos o conjunto de normas internacionais que o Estado brasileiro poderia ter violado. Não sabemos se a fuga foi uma decisão deliberada do Estado brasileiro ou uma ação independente de um funcionário. Por enquanto, seremos prudentes. O governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação verossímil sobre o ingrato episódio. Se um funcionário do Brasil utilizada carros diplomáticos para facilitar a fuga de um delinquente o que não poderia acontecer no caso de drogas ou armas. É muito grande. Neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada, no mundo inteiro.
Havia alguma possibilidade de que a Bolívia tivesse concedido o salvo- conduto?
Juan Ramón Quintana: Não, nenhuma. Isso teria significado um conflito de poderes, porque o senador foi denunciado pelo Ministério Público, já foi condenado e continua sendo julgado. Pinto optou pela estratégia da turbulência diplomática, ele queria afetar as relações entre Brasil e Bolívia. É um delinquente, que deveria ter se defendido nos tribunais, lugar onde nunca esteve.
Os presidentes Dilma Rousseff e Evo Morales poderiam conversar sobre o assunto na próxima cúpula de presidentes da União de Nações Sul-americanas (UNASUL), no Suriname?
Juan Ramón Quintana: O encontro entre ambos será inevitável, mas ainda não sabemos se haverá uma conversa sobre o caso de Roger Pinto.
27 de agosto de 2013
Janaína Figueiredo
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