As escolas brasileiras, que já são de fazer vergonha com seus vícios atuais, não precisam de mais problemas. Não fosse pelo reacionarismo medieval desse tribunal, elas seriam um lugar sagrado, não para padres e pastores, mas para mestres e alunos. Lugar do saber, não da crença e do dogma.
O planeta passa por um período de reavivamento do fundamentalismo, intolerância e sectarismos. O STF, com sua guinada medieval, nos lança nessa perspectiva.
Quero ver o que vai acontecer quando o filho do pastor neopentecostal, que abomina a idolatria, for obrigado por um doutrinador católico a venerar santos da Igreja. E também o que acontecerá ao filho de santo da umbanda quando o pastor chegar com a pregação de que os pretos velhos e as falanges são coisa do demônio.
Melhor seria se o STF, em vez de arrebentar a laicidade do Estado com sua carolice empedernida, começasse a fazer o que não quer fazer, que é a aplicação da Lei Penal aos amigos da corte, as dezenas de políticos que os ministros não se cansam de proteger com sua morosidade e soberba.
Nunca o crucifixo que jaz sobre plenário do STF foi tão adequado ao simbolismo que representa essa corte. Literalmente, o Supremo é hoje uma cruz pesada que temos que carregar.
12 de outubro de 2017
Fábio Pannunzio
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