"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PMDB FAZ JOGO DUPLO E VAI GARANTIR APROVAÇÃO DO IMPEACHMENT





Quase todos os defensores do impeachment se desesperaram com a atitude do PMDB, que decidiu apoiar no Congresso a confirmação dos vetos da presidente Dilma a projetos de aumento de despesas, como a extinção do fator previdenciário, além de aceitar os novos ministérios e até votar a favor da CPMF. Com isso, ficou parecendo que o PMDB tinha voltado a apoiar Dilma Rousseff de forma incondicional e abandonado a possibilidade de impeachment, vendendo-se, portanto, por 30 dinheiros, no estilo de Iscariotes.
Como se sabe, as aparências costumam nos enganar. É fenômeno comum na política, a arte do cinismo, exercido à máxima potência nesta fase que o Brasil atravessa, de completa desmoralização do governo e dos partidos em geral.
Nesse clima, não deveria causar surpresa o fato de o PMDB se equilibrar na corda bamba, apoiando o governo às claras e conspirando contra ele nos bastidores, porque é exatamente isso que está acontecendo. Ao ajudar a manter os vetos de Dilma e aprovar o ajuste fiscal, o PMDB está apenas facilitando a tarefa de seu governo futuro.
Não existe um compromisso formal de o PMDB apoiar Dilma e o PT per secula seculorum, como se dizia no Latim vulgar. Na hora da verdade, quando o impeachment entrar em votação, a decisão será de cada parlamentar, individualmente, não importa o partido.
SEM DESÂNIMO
Não deve haver motívos para desânimo. O impeachment da presidente Dilma Rousseff é só uma questão de tempo, porque já existe apoio suficiente na Câmara para iniciar o processo, de acordo com a jogada do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai obedecer a Lula e rejeitar o pedido dos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Jr. Com isso, a decisão ficará para plenário, com a abertura do processo então dependendo apenas de 257 votos.
Na última contagem feita pelos líderes oposicionistas, antes de lançarem na internet o Movimento Pró-Impeachment, para colher assinatura de eleitores, já havia 286 deputados a favor e este número continua a aumentar, devido ao agravamento da crise econômica e política.
Reportagem de Daniel Carvalho no Estadão assinala que os líderes oposicionistas não divulgam mais estimativas, mas acreditam que na antiga base aliada do governo, já haja uma média de 20% de deputados anti-Dilma, sem falar no que ocorre no PMDB e no PDT, dois falsos aliados.
INDECISOS
Como o próprio Lula já percebeu, há um número enorme de indecisos, que na maioria acabarão por se posicionar a favor do impeachment, assim que o processo for aberto e voltar a haver a pressão das manifestações de rua. Por isso, há alguns dias Lula pediu pessoalmente a Cunha que não aprovasse o pedido. Mas a situação é irreversível. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, já avisavam Ferreira Gullar e Oduvaldo Viana Filho nos idos de 1966.
A votação será nominal e aberta, transmitida ao vivo por todas as televisões, e já parece praticamente impossível manter os 260 votos capazes de salvar o mandato de Dilma Rousseff, pois a crise econômica e política só tende a se agravar. E o povo então vai sair às ruas para comemorar, desmoralizando o exército de João Pedro Stédile, que não está com essa bola toda.

25 de setembro de 2015
Carlos Newton

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