"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

LONDRES TEM 100% DE FIAÇÃO NO SUBSOLO, NOVA YORK TEM 72% E SÃO PAULO, 7%

Se fosse SP
 

Capital paulista tem o desafio de eliminar a fiação aérea a exemplo de grandes cidades mundiais; veja o impacto de postes e cabos nesses cartões-postais
 
Se fosse São Paulo, o horizonte em que desponta a Torre Eiffel, em Paris, seria conturbado por postes e fiação elétrica, de telefones, faróis de trânsito e TVs a cabo.
 
Em Nova York, a fachada do Metropolitan, admirada por brasileiros em viagem de férias ou compras, perderia um tanto de sua imponência se transpassada pela fiação aérea das ruas paulistanas.
 
O mesmo vale para Londres, seus prédios de tijolinhos e o Big Ben.
 
Só que Londres tem 100% da fiação no subsolo da cidade. Paris está quase lá e Nova York tem 72% dos fios no subterrâneo -onde o vetor da mudança, feita a partir dos anos 1920, foi estético.
 
Já São Paulo tem só 7% dos cabos de luz, telefone e TV debaixo da terra, caso de ruas e avenidas privilegiadas como Paulista, Rebouças, Faria Lima e Oscar Freire.
 
Para evidenciar o impacto da fiação aérea na paisagem, as imagens desta página foram alteradas em computador: a vasta coleção de fios da capital paulista foi aplicada aos cenários parisiense, londrino e nova-iorquino.
 
Em São Paulo, os fios disputam espaço com as árvores (e muitas vezes sucumbem a elas) e com frequência não resistem a temporais típicos de verão, deixando como rastro bairros no breu e semáforos apagados em pleno rush.
 
Ao longo do ano passado, os paulistanos ficaram sem energia pelo menos em quatro ocasiões, que somaram, em média, oito horas.
 
Um estudo encomendado pela AES Eletropaulo à consultoria McKinsey sobre a viabilidade das redes subterrâneas na cidade diagnosticou que, caso fosse substituída a rede aérea, esses quatro episódios de queda de luz cairiam para um, em média.
 
"Do ponto de vista técnico, faz muito sentido converter a rede de distribuição pela subterrânea, que é mais protegida e menos sujeita às intempéries", explica Gustavo Pimenta, vice-presidente financeiro da AES Eletropaulo.
 
Segundo ele, a alteração é um "caminho natural do desenvolvimento" que diminui o número de atendimentos emergenciais, mas aumenta o custo de cada uma das intervenções na rede.

ARTICULAÇÃO
 
O estudo aponta dois grandes desafios para que os fios desapareçam do panorama paulistano: definir quem paga a salgada conta e como articular, a um só tempo, a mudança das redes de outras empresas que utilizam os postes.
 
"Apresentamos o estudo para empresas e associações", diz Pimenta.
 
Questionada sobre a intenção de enterrar sua rede, a Net informou que "vem atuando em projetos de aterramento", como na Faria Lima e no largo da Batata.
 
A Embratel diz também participar dos projetos de conversão propostos pela prefeitura e pela Eletropaulo.
 
A Tim afirma estar disposta a avaliar propostas que causem "o menor impacto possível na paisagem".
 
A Telefônica/Vivo não quis se manifestar sobre o tema.

04 de novembro de 2013
FERNANDA MENA - Folha de São Paulo

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