A maioria das pessoas prefere inflação e juros os mais baixos possíveis e salários os mais altos possíveis, reajustados acima da inflação e da produtividade. O problema é que a realidade é mais complexa. A elevação dos juros, por exemplo, é o instrumento mais eficaz para o Banco Central baixar a inflação.
É natural que existam inúmeros exemplos de interesses incompatíveis de setores da sociedade. O dólar barato é bom para os importadores, mas péssimo para os exportadores e para a cadeia produtiva da exportação. Inflação baixa beneficia a maioria, mas os que podem indexar seus preços (como o governo com os impostos) podem se beneficiar de uma inflação mais alta. A maioria quer os salários reajustados acima da inflação e da produtividade, mas isso pode baixar o poder de compra dos trabalhadores pela alta da inflação. Gasolina mais barata, excelente para os consumidores, é problema para a Petrobras e as necessidades de investimento na produção de petróleo. O mesmo vale para o preço da eletricidade.
O problema da intervenção de governo na formação de preços da economia, que incluem câmbio e juros, é que cada ação cria ganhadores e perdedores. O governo torna-se, assim, árbitro da disputa intensa de interesses dos diversos setores. Isso gera distorções na economia e eventualmente menos crescimento, menos emprego e menos riqueza.
A história mostra que a administração pública é mais eficiente quando deixa os preços se ajustarem segundo a oferta e a procura e, ao mesmo tempo, garante uma segurança regulatória que dê conforto e previsibilidade a todos. Assim, quando um produto se torna escasso, seu preço sobe e eleva a remuneração de quem o produz, estimulando os investimentos e o aumento da produção, do emprego e da renda. O aumento da produção, por sua vez, tende a controlar preços elevados pela escassez.
Outro problema das intervenções é que, por definição, são decisões individuais e erráticas, que geram incertezas nos agentes econômicos e reduzem investimento, consumo, crescimento e emprego. Cabe ao governo intervir em alguns momentos para regular excessos. Uma crise de liquidez, por exemplo, pede intervenção estatal para normalizar os mercados. A questão é saber quando parar, para o governo não passar de solução a problema.
A tentação do governante de fixar preços é enorme, pois estará atendendo a queixas de setores importantes. Mas a realidade é mais complexa. O que funciona, em última análise, é um sistema de definição de preços que atenda à realidade econômica de cada momento e traga mais investimento, crescimento, produtividade e riqueza e um melhor padrão de vida à população.
É natural que existam inúmeros exemplos de interesses incompatíveis de setores da sociedade. O dólar barato é bom para os importadores, mas péssimo para os exportadores e para a cadeia produtiva da exportação. Inflação baixa beneficia a maioria, mas os que podem indexar seus preços (como o governo com os impostos) podem se beneficiar de uma inflação mais alta. A maioria quer os salários reajustados acima da inflação e da produtividade, mas isso pode baixar o poder de compra dos trabalhadores pela alta da inflação. Gasolina mais barata, excelente para os consumidores, é problema para a Petrobras e as necessidades de investimento na produção de petróleo. O mesmo vale para o preço da eletricidade.
O problema da intervenção de governo na formação de preços da economia, que incluem câmbio e juros, é que cada ação cria ganhadores e perdedores. O governo torna-se, assim, árbitro da disputa intensa de interesses dos diversos setores. Isso gera distorções na economia e eventualmente menos crescimento, menos emprego e menos riqueza.
A história mostra que a administração pública é mais eficiente quando deixa os preços se ajustarem segundo a oferta e a procura e, ao mesmo tempo, garante uma segurança regulatória que dê conforto e previsibilidade a todos. Assim, quando um produto se torna escasso, seu preço sobe e eleva a remuneração de quem o produz, estimulando os investimentos e o aumento da produção, do emprego e da renda. O aumento da produção, por sua vez, tende a controlar preços elevados pela escassez.
Outro problema das intervenções é que, por definição, são decisões individuais e erráticas, que geram incertezas nos agentes econômicos e reduzem investimento, consumo, crescimento e emprego. Cabe ao governo intervir em alguns momentos para regular excessos. Uma crise de liquidez, por exemplo, pede intervenção estatal para normalizar os mercados. A questão é saber quando parar, para o governo não passar de solução a problema.
A tentação do governante de fixar preços é enorme, pois estará atendendo a queixas de setores importantes. Mas a realidade é mais complexa. O que funciona, em última análise, é um sistema de definição de preços que atenda à realidade econômica de cada momento e traga mais investimento, crescimento, produtividade e riqueza e um melhor padrão de vida à população.
06 de julho de 2014
Henrique Meirelles, Folha de SP
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