A Primavera Árabe decididamente ameaça mergulhar o país num ciclo de retrocesso econômico e social. Na quinta-feira, um atentado a bomba e confrontos entre a polícia e manifestantes no Cairo deixaram cinco pessoas mortas, no primeiro aniversário de um ano do golpe militar que depôs Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito do Egito. Houve protestos em diversas cidades e 200 manifestantes foram presos.
Os atentados terroristas não cessam. A capital Cairo tem sido assolada por uma séria de pequenas explosões nos últimos dias, e dois policiais morreram na segunda-feira quando tentavam desarmar bombas deixadas perto do palácio presidencial.
O balanço de um ano de confrontos indica a morte da mais de 2 mil pessoas, 20 mil prisões e relatos de tortura. Atualmente, toda a cúpula do governo deposto, incluindo o próprio Mursi, está presa. Mohamed Badie, o líder espiritual da Irmandade Muçulmana, foi sentenciado à morte, junto com centenas de outros militantes islamitas.
O movimento, ao qual Mursi é ligado, era tolerado na época do governo Mubarak, mas voltou à clandestinidade após a reviravolta no Egito.
A crise econômica é gravíssima e o turismo tornou-se uma atividade decadente. E o mais importante país do Oriente Médio está ficando inviável e sem perspectivas. Conforme previmos aqui na Tribuna da Internet, o Egito vai acabar sentindo saudades do ditador Hosni Mubarak.
Carlos Newton
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