"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de julho de 2014

DILMA ASSUME RESPONSABILIDADE DIRETA PELOS ÚLTIMOS 10 ANOS DA PETROBRAS

"Eu estive presente em todos os momentos", declarou ontem, em discurso oficial.


O que foi dito com o intuito de faturar politicamente um dado sobre produção da Petrobras, pode ser considerada uma confissão pública que pode ser usada como prova. Ontem, em evento politiqueiro para tentar retirar a Petrobras das manchetes policiais, sobre a produção de 500.000 barris no pré-sal, Dilma declarou:

"Eu estive presente em todos os momentos desse processo, primeiro como ministra de Minas e Energia, depois como ministra-chefe da Casa Civil do governo do presidente Lula, e nesse processo tive a honra de presidir o Conselho de Administração da Petrobras, e sei perfeitamente que em muitas circunstâncias esses 500 mil barris foram considerados uma ilusão que nós, como representantes do governo, estávamos praticando e impondo à Petrobras."

Se ela "sabe perfeitamente" como a Petrobras chegou ao pré-sal, não pode negar que também "sabe perfeitamente" em que condições se deu a escandalosa compra da refinaria sucateada de Pasadena, sob investigação da Polícia Federal, bem como o superfaturamento da refinaria de Abreu e Lima e outras falcatruas que fizeram a estatal perder a metade do seu valor e se transformar na empresa pública mais endividada do mundo. 

Na oportunidade, Dilma Rousseff, apesar da lama que sobe pelas suas canelas, voltou a atacar a oposição com a estória do "brax", da mudança do nome da Petrobras, uma ação de marketing dos idos de FHC para facilitar a internacionalização da marca, em função da pronúncia nas línguas mais faladas no mundo. Para quem deu as costas para ser autografada carinhosamente por um diretor da Petrobras preso por corrupção e para quem assinou embaixo de negócios que lesou a estatal em bilhões, é muito pouco. Além do que o petróleo comemorado por Dilma no pré-sal tem a participação de multinacionais inglesas, espanholas e portuguesas. É muito cinismo.

Vejam a nota do Radar Online da Veja:


Dilma Rousseff comemorou ontem os 500 000/barris/dia do pré-sal produzidos no Brasil. Beleza. O que ela não pode festejar, no entanto,  é a produção de petróleo da Petrobras com um todo, que não aumenta desde 2005.

A taxa de crescimento anual da produção da Petrobras entre 1980 e 2005 foi de 8,6%. Entre 2006 e 2014, ou seja, entre o segundo governo Lula e o de Dilma, foi de 1,0%. (Pior: a produção efetivamente  vem caindo 1,6% ao ano desde 2011.

A propósito dos celebrados 500 000/barris/dia do pré-sal: só são em parte da Petrobras, que nestes campos de exploração tem sócios como a BG, Repsol e Petrogal.

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