Apesar de ter variado para menos na margem de erro e de seus competidores mais próximos não terem saído do lugar, a presidente Dilma tem na pesquisa do Datafolha/TV Globo divulgada ontem um quadro prospectivo preocupante. No mais longo prazo, a redução da diferença que a separa de Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno leva a um empate técnico pela primeira vez, com a tendência de queda de Dilma se confirmando, enquanto o candidato tucano cresce.
Também para o candidato do PSB, Eduardo Campos, a diferença num hipotético segundo turno foi reduzida para sete pontos percentuais apenas, de 45% para 38%. Isso quer dizer que, quando a presidente Dilma é confrontada diretamente com seus principais opositores, a possibilidade de que ela perca aumenta a cada pesquisa, embora os dois sejam bem menos conhecidos do que ela.
Há outros dados preocupantes para a candidatura oficial. Ela continua sendo a mais rejeitada de todos os candidatos, com 35% de índice, o dobro da rejeição de Aécio e o triplo da de Campos. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, a rejeição de Dilma atinge nada menos do que 47%.
A presidente Dilma, no entanto, continua vencendo em praticamente todas as regiões do país, com exceção do Sudeste, onde está em empate técnico com o candidato tucano Aécio Neves. O Nordeste continua sendo sua fortaleza, embora a pesquisa Datafolha tenha detectado uma queda de sua popularidade na região. Ela vence Aécio de 49% a 10%, mas tinha 55% na pesquisa anterior. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aparece com apenas 12% na região em que é mais conhecido politicamente.
O que deve estar preocupando a campanha da presidente Dilma é o ânimo do eleitorado, que não está nada otimista. A maioria acha que a inflação e o desemprego vão aumentar, que o poder de compra vai ser reduzido, embora 70% dos entrevistados tenham dito que não temem perder o emprego, e a maioria, embora considere que a perspectiva econômica é ruim para o país, considera que sua vida pessoal vai melhorar ou continuar como está.
A Copa do Mundo não teve nenhuma influência na aprovação dos candidatos, tanto que Aécio, com 20%, e Campos com 8% (tinha 9% no levantamento anterior) mantiveram-se no mesmo lugar e a própria presidente Dilma caiu na margem de erro, de 38% para 36%. Apesar disso, a maioria acha que a presidente Dilma foi a mais beneficiada pela realização do campeonato mundial de futebol, o que pode ser um indício ruim para ela, pois mesmo assim ela perdeu pontos.
Outro índice muito analisado nas pesquisas eleitorais, o que mede a avaliação do eleitor sobre o governo do candidato(a) à reeleição, está, há alguns meses, dentro da margem que indica dificuldade para a eleição do(a) incumbente. Dilma caiu de 35% para 32% entre aqueles que consideram seu governo ótimo ou bom, e a marca de 35% já é o início do ponto negativo nessa avaliação.
Somente os governantes que estão acima de 35% de ótimo ou bom entram na faixa de reeleição mais provável. Nesta mesma época, quando tentaram a reeleição, os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso tinham 38% de ótimo e bom.
Todos esses dados ficam piores quando se sabe que a presidente Dilma é conhecida por 99% dos eleitores, sendo que 53% dizem que a conhecem muito bem . Já o candidato Aécio Neves é conhecido por 81% dos eleitores, mas somente 17% dizem que o conhecem bem . O candidato do PSB, Eduardo Campos, tem ainda mais espaço para crescer: apenas 59% dos eleitores dizem conhecê-lo, mas somente 7% consideram que o conhecem muito bem .
23 de julho de 2014
Merval Pereira, O Globo
Também para o candidato do PSB, Eduardo Campos, a diferença num hipotético segundo turno foi reduzida para sete pontos percentuais apenas, de 45% para 38%. Isso quer dizer que, quando a presidente Dilma é confrontada diretamente com seus principais opositores, a possibilidade de que ela perca aumenta a cada pesquisa, embora os dois sejam bem menos conhecidos do que ela.
Há outros dados preocupantes para a candidatura oficial. Ela continua sendo a mais rejeitada de todos os candidatos, com 35% de índice, o dobro da rejeição de Aécio e o triplo da de Campos. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, a rejeição de Dilma atinge nada menos do que 47%.
A presidente Dilma, no entanto, continua vencendo em praticamente todas as regiões do país, com exceção do Sudeste, onde está em empate técnico com o candidato tucano Aécio Neves. O Nordeste continua sendo sua fortaleza, embora a pesquisa Datafolha tenha detectado uma queda de sua popularidade na região. Ela vence Aécio de 49% a 10%, mas tinha 55% na pesquisa anterior. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aparece com apenas 12% na região em que é mais conhecido politicamente.
O que deve estar preocupando a campanha da presidente Dilma é o ânimo do eleitorado, que não está nada otimista. A maioria acha que a inflação e o desemprego vão aumentar, que o poder de compra vai ser reduzido, embora 70% dos entrevistados tenham dito que não temem perder o emprego, e a maioria, embora considere que a perspectiva econômica é ruim para o país, considera que sua vida pessoal vai melhorar ou continuar como está.
A Copa do Mundo não teve nenhuma influência na aprovação dos candidatos, tanto que Aécio, com 20%, e Campos com 8% (tinha 9% no levantamento anterior) mantiveram-se no mesmo lugar e a própria presidente Dilma caiu na margem de erro, de 38% para 36%. Apesar disso, a maioria acha que a presidente Dilma foi a mais beneficiada pela realização do campeonato mundial de futebol, o que pode ser um indício ruim para ela, pois mesmo assim ela perdeu pontos.
Outro índice muito analisado nas pesquisas eleitorais, o que mede a avaliação do eleitor sobre o governo do candidato(a) à reeleição, está, há alguns meses, dentro da margem que indica dificuldade para a eleição do(a) incumbente. Dilma caiu de 35% para 32% entre aqueles que consideram seu governo ótimo ou bom, e a marca de 35% já é o início do ponto negativo nessa avaliação.
Somente os governantes que estão acima de 35% de ótimo ou bom entram na faixa de reeleição mais provável. Nesta mesma época, quando tentaram a reeleição, os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso tinham 38% de ótimo e bom.
Todos esses dados ficam piores quando se sabe que a presidente Dilma é conhecida por 99% dos eleitores, sendo que 53% dizem que a conhecem muito bem . Já o candidato Aécio Neves é conhecido por 81% dos eleitores, mas somente 17% dizem que o conhecem bem . O candidato do PSB, Eduardo Campos, tem ainda mais espaço para crescer: apenas 59% dos eleitores dizem conhecê-lo, mas somente 7% consideram que o conhecem muito bem .
23 de julho de 2014
Merval Pereira, O Globo
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