Os 40 anos de relações bilaterais Brasil-China mereceram comemoração de gala. Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, o líder máximo do gigante asiático, Xi Jinping, assinou 32 acordos de cooperação, entre os quais sobressai a venda de 40 aeronaves e 20 jatos da Embraer. A transação, que envolveu o item mais sofisticado da pauta de exportações nacionais, atingiu o montante de US$ 2,9 bilhões.
Também merece destaque a retirada do embargo à carne bovina brasileira imposto em 2012, depois do registro de um caso isolado de vaca louca no Paraná. A retomada das compras implica dois avanços. De um lado, o reconhecimento da qualidade do produto verde-amarelo. De outro, o aumento das exportações de carne em torno de 20%. Traduzido em cifras, o valor do negócio oscila entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão.
Não só. Estão previstos investimentos em setores estratégicos, como energia e petróleo. Xi Jinping ofereceu fundos e linhas de crédito. São US$ 35 bilhões destinados não só ao Brasil, mas também à América Latina para levar avante projetos sobretudo de infraestrutura.
No âmbito privado, 22 acordos incrementarão as relações comerciais entre as duas nações. O Banco do Brasil, por exemplo, marcará presença em Xangai, cidade cuja modernização da zona franca deve servir de exemplo para o mundo. Além de abrir-se para o setor serviços, a área especial modernizou a burocracia (uma empresa se instala lá em 24 horas) e os trâmites bancários.
Em breve, a mais importante cidade chinesa será o maior centro mundial de comercialização de commodities - a ser feita em yuan. O yuan caminha, assim, para se tornar moeda de troca no comércio internacional. Ocupará o lugar que, até há pouco, se pensava fosse destinado ao euro.
Os acertos sino-brasileiros, que somam US$ 30 bilhões, vão ao encontro da tendência internacional. Ao se tornar eixo do mundo, o Pacífico promove deslocamento de interesses. Os Estados Unidos retiraram parte da frota do Mediterrâneo para instalá-la na Ásia. Novo canal, que rivalizará com o do Panamá, ligará o Caribe ao Pacífico passando pela Nicarágua. A América Latina participa do movimento por meio da Aliança para o Pacífico, que engloba Chile, Peru, Colômbia e México. Os países do Mercosul precisam acompanhar a onda. O Brasil parece ter-se dado conta do atraso.
23 de julho de 2014
Editorial Correio Braziliense
Também merece destaque a retirada do embargo à carne bovina brasileira imposto em 2012, depois do registro de um caso isolado de vaca louca no Paraná. A retomada das compras implica dois avanços. De um lado, o reconhecimento da qualidade do produto verde-amarelo. De outro, o aumento das exportações de carne em torno de 20%. Traduzido em cifras, o valor do negócio oscila entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão.
Não só. Estão previstos investimentos em setores estratégicos, como energia e petróleo. Xi Jinping ofereceu fundos e linhas de crédito. São US$ 35 bilhões destinados não só ao Brasil, mas também à América Latina para levar avante projetos sobretudo de infraestrutura.
No âmbito privado, 22 acordos incrementarão as relações comerciais entre as duas nações. O Banco do Brasil, por exemplo, marcará presença em Xangai, cidade cuja modernização da zona franca deve servir de exemplo para o mundo. Além de abrir-se para o setor serviços, a área especial modernizou a burocracia (uma empresa se instala lá em 24 horas) e os trâmites bancários.
Em breve, a mais importante cidade chinesa será o maior centro mundial de comercialização de commodities - a ser feita em yuan. O yuan caminha, assim, para se tornar moeda de troca no comércio internacional. Ocupará o lugar que, até há pouco, se pensava fosse destinado ao euro.
Os acertos sino-brasileiros, que somam US$ 30 bilhões, vão ao encontro da tendência internacional. Ao se tornar eixo do mundo, o Pacífico promove deslocamento de interesses. Os Estados Unidos retiraram parte da frota do Mediterrâneo para instalá-la na Ásia. Novo canal, que rivalizará com o do Panamá, ligará o Caribe ao Pacífico passando pela Nicarágua. A América Latina participa do movimento por meio da Aliança para o Pacífico, que engloba Chile, Peru, Colômbia e México. Os países do Mercosul precisam acompanhar a onda. O Brasil parece ter-se dado conta do atraso.
23 de julho de 2014
Editorial Correio Braziliense
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