A propósito da recente criação do banco CRA – banco dos países componentes do BRICS, faço um comentário.
Por mero cálculo aritmético verifica-se que o rateio do investimento dos cinco países se baseou na média de três índices: população, PIB, renda per capita. O aporte de cada um foi: China, 41; Índia, 18; Brasil, 18; Rússia, 18; África do Sul, 5 (bilhões de dolares).
Ocorre que o terceiro índice (renda per capita) teria de ser descartado por dissimular uma falácia. Como ele é a relação entre PIB e população – que já foram devidamente computados nos dois primeiros – a sua consideração é uma redundância que se traduz no notório “dar com uma mão e tirar com a outra”.
Ou seja, neste último indicador a população entra como denominador de uma fração, o que tem o poder de diminuir sensivelmente o correto aporte dos países mais populosos, a China e a Índia, justamente os gigantescos países asiáticos que mais precisam de infraestrutura (para a qual, específicamente, o fundo foi criado). Hermanos vizinhos!
A média legítima seria somente entre a população e o PIB. Ficando assim o rateio: China, 52,4; Índia, 26,3; Brasil, 10,3; Rússia, 9,0; África do Sul, 2,0 (bilhões de dolares).
Como ficou, a China e a Índia deixaram de aportar 11,4 e 8,3 bilhões (22 e 32% de vantagem); Brasil, Rússia e África do Sul, investiram a maior 8, 9 e 3 bilhões (75, 100 e 150% de desvantagem), respectivamente.
Não é a toa que os indianos são os maiores matemáticos do planeta. E adivinhem quem será o primeiro presidente?
Mais uma copa perdida?
21 de julho de 2014
José Ronaldo Saad
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