“Os financiamentos serão para projetos sustentáveis e de infraestrutura. O banco suplementa o Bird e o arranjo de contingente de reservas espelha o FMI. Os países do Brics têm propostas de reformas que não podem ser atendidas, especialmente pelo FMI. De certa maneira, a criação do arranjo contingente de reservas e do banco atende a essas necessidades”, disse ele.
“O foco da participação do Brics está na responsabilidade em uma ordem mais justa, não para ter mais poder. Nos dias de hoje não é importante apenas crescer, é preciso crescer com melhor distribuição da renda, e é disso que estamos justamente tratando na 6ª Cúpula do Brics”, completou.
CAPITAL INICIAL
O capital inicial autorizado do banco será US$ 100 bilhões e o capital subscrito do banco será US$ 50 bilhões, igualmente distribuídos entre os cinco países que integram o Brics. O primeiro escritório regional do banco será na África do Sul, a primeira direção da equipe de governadores será da Rússia e a primeira direção da equipe de diretores será do Brasil.
Depois da assinatura do acordo para sua criação, o banco terá que ser aprovado pelos Parlamentos dos cinco países. O fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões para fazer face a desequilíbrios nos balanços de pagamentos de algum dos países do Brics que venha a enfrentar dificuldades.
A expectativa é que outros países em desenvolvimento também possam tomar empréstimos do banco, mas os critérios para tanto serão definidos em um segundo momento, disse Graça Lima.
No seu entendimento, com esse aporte de recursos e foco no desenvolvimento sustentável, o banco deve influir em uma ordem econômica mais justa. “Isso é parte de uma estratégia não escrita, mas muito segura, dos países do Brics, de procurar influir, mas de maneira construtiva”, comentou.
BRASIL NÃO SEDIARÁ
A presidência do banco, que será rotativa, e a sede serão definidas na cúpula, bem como o conselho de administração e outras questões técnicas. O Brasil foi o único membro que não se candidatou a sediar o banco. As opções eram Xangai (China), Joanesburgo (África do Sul), Moscou (Rússia) e Nova Delhi (Índia). A escolhida foi Xangai e a primeira presidência do órgão será de um representante da Índia.
O primeiro escritório regional do banco será na África do Sul, a primeira direção da equipe de governadores será da Rússia e a primeira direção da equipe de diretores será do Brasil. A presidência do banco será rotativa entre os integrantes do bloco.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O desinteresse do Brasil em sediar o Banco é inexplicável. Havia interesse em sediá-lo no Rio de Janeiro, mas a delegação brasileira deixou para lá. Foi uma grande bobeada. É muito mais importante ter uma instituição desse porte em nosso país do que sediar uma Copa ou uma Olimpíada. (C.N.)
21 de julho de 2014
Flavia Villela
Agência Brasil
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