"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

DATAFOLHA LEVA DILMA A REVER BASES ESTADUAIS, A PARTIR DE SÃO PAULO




A primeira rodada da série de pesquisas a serem realizadas pelo Datafolha em articulação com a Rede Globo, objeto de reportagem de Ricardo Mendonça publicada na Folha de São Paulo, vem acentuar a necessidade de a presidente Dilma Rousseff rever suas alianças estaduais a partir de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, representando vinte por cento dos votos.
Em primeiro lugar ficou nítida uma tendência para a realização de segundo turno entre ela e Aécio Neves, portanto uma diferença de 44 a 40 pontos, o que acentua um estreitamento que acrescenta emoção à campanha.

Estreitamento porque, no primeiro turno, o Datafolha destaca 36% para a atual presidente contra 20 pontos atribuídos ao senador Aécio Neves e apenas 8 para Eduardo Campos. Uma diferença de 16 degraus da primeira para a segunda colocação. Essa diferença, na simulação de tendências, cai para somente 4 pontos.
Logo, enquanto ela avança oito escalas, passando de 36 para 44, Aécio Nevers salta de 20 para 40%. Exatamente o dobro. Substituído Aécio por Eduardo Campos, Dilma registra 45 sobre 38. Como o ex-governador de Pernambuco está muito mais fraco que Aécio (perde de 20 a 8), proporcionalmente sobe mais do que ele.

OPOSIÇÃO UNIDA

O que significa tal processo? Um impulso bastante sensível de as oposições se unirem na hipótese de uma segunda convocação às urnas. Este, portanto, é um fato que deve constituir em preocupação para a presidente no quadro geral. Da mesma forma que reduzir o nível do desemprego no plano social, pois o Datafolha destacou, de forma indireta, ser esta, como é natural, a maior preocupação dos eleitores.

Além desses aspectos, existe um outro, envolvendo a necessidade de uma revisão das bases estaduais, a partir de São Paulo. Porque em São Paulo, enquanto Geraldo Alckmim alcança 54% das intenções de voto e começou a transferir prestígio para Aécio Neves, Alexandre Padilha, candidato do PT, registra somente 4 pontos e apresenta uma rejeição de 26 contra si. No meio, Paulo Skaf (PMDB) assinala 16 pontos a favor de sua candidatura.

Assim, Alexandre Padilha revelou-se basicamente inviável, devendo partir dele inclusive a iniciativa de retirar-se da disputa para facilitar a recomposição de Dilma no estado. Sua presença nas urnas impede o crescimento da candidatura presidencial exatamente onde se torna mais importante.

TRIÂNGULO DAS BERMUDAS

É preciso levar em conta que São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, somados, significam praticamente a metade do eleitorado brasileiro. Assim, a dificuldade paulista torna-se ameaça à campanha de qualquer candidatura.

Portanto, as articulações regionais são extremamente importantes, sobretudo em função da proximidade entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, os candidatos que ocupam as posições mais fortes.

Vejam só os leitores como são as coisas: embora possa vencer no primeiro turno, a presidente da República vê reduzir-se a margem de sua vantagem se houver seguindo turno. Um dado que precisa ser considerado para o conteúdo, o rumo e o ritmo de sua campanha. Sobretudo porque as engrenagens do poder estão em suas mãos, não nas mãos de Aécio Neves.

21 de julho de 2014
Pedro do Coutto

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