"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A GRANDE OMISSÃO DOS CANDIDATOS


 


A reforma social está sendo solenemente ignorada pelos candidatos presidenciais, começando pela presidente Dilma. Não adianta alegar que todos apoiam e prometem ampliar o bolsa-familia, o “minha casa, minha vida” e demais programas assistencialistas estabelecidos nos governos do PT e até anteriores.

É claro que para os beneficiados esses programas constituem uma bênção, mas não passam de esmola. Do que se fala em termos de reforma social ignorada é daquilo a que todo ser humano tem direito e vem sendo negado à imensa maioria: salário mínimo justo, participação dos empregados no lucro e na gestão das empresas, estabilidade no emprego, aposentadorias capazes de permitir a todos os aposentados viver com dignidade, entre outros.

O salário mínimo é um deboche, apesar de pago a mais de 80 milhões de brasileiros. Pela Constituição, deveria bastar para o trabalhador e sua família enfrentarem despesas com habitação, alimentação, vestuário, saúde, educação, transporte e até lazer. Vá um dos candidatos presidenciais viver um mês que seja com essa miséria.

A participação dos empregados no lucro das empresas constitui, na teoria, um dos pilares da justiça social. Mas assusta muita gente. A consequência é que nem os dirigentes sindicais admitem discuti-la, quanto mais promovê-la. Serviria para elevar o padrão de vida do trabalhador.

Iguais resultados adviriam da cogestão, iniciativa acima de tudo benéfica para as empresas, pois engajaria o empregado nos mesmos objetivos do empresário. Afinal, quem, senão o trabalhador, conhece melhor os problemas com os quais convive todos os dias?

ESTABILIDADE

Da década de trinta até 1964 prevaleceu a estabilidade no emprego. Depois de um período de dez anos na mesma empresa, demonstração de ser um empregado eficiente e correto, o cidadão só era mandado embora por justa causa, ou seja, por falta grave. Nenhum empresário faliu por conta desse direito. Hoje, demite-se sem quaisquer restrições, até pelo mau funcionamento do fígado do patrão. Não se faz caso das necessidades do empregado.

Quanto às aposentadorias, vêm sendo gradativamente niveladas por baixo, graças ao fator previdenciário, iniciativa do governo Fernando Henrique. Em poucos anos a totalidade dos aposentados estará recebendo apenas o salário mínimo, cujo valor já referimos acima.
Em suma, os candidatos estão devendo, no item das reformas sociais. Preferem omitir as reivindicações imprescindíveis ao funcionamento de uma sociedade justa.

25 de julho de 2014
Carlos Chagas

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