“Uma característica interessante de problemas como esse [pesquisas eleitorais] é que, contrariamente à crença da maioria das pessoas, a precisão de uma estimativa de proporção populacional (“p”) não depende do tamanho da população, mas só do tamanho da amostra. Dessa forma, uma amostra de 2.500 eleitores tirada de 50.000.000 de votantes é suficiente teoricamente para determinar a preferência desses eleitores, com alta precisão.
Infelizmente, eleitores não se comportam sempre como tentativas num jogo de azar, de modo que o modelo da distribuição binomial [modelo estatístico de amostragem usado nessas pesquisas] não é estritamente aplicável a problemas desse tipo.
Por exemplo, um votante quando entrevistado pode favorecer um candidato e, contudo, uma semana mais tarde, pode votar em outro candidato ou pode mesmo esquecer de votar. Pode também interpretar mal as perguntas do questionário, e assim responder de modo incorreto.
A experiência tem mostrado que, devido a fatores humanos incontroláveis, a precisão de uma estimativa de proporção populacional (“p”) para votantes não aumenta muito após se tirar uma amostra de 10.000.
É necessário bom senso na aplicação de modelos matemáticos à vida real, principalmente quando se trata de seres humanos e de suas inconsistências.”
(Paul G. Hoel é estatístico e matemático da Universidade Califórnia,
em Los Angeles. Texto enviado por Wagner Pires)
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - O problema das pesquisas eleitorais em países como o Brasil é a possibilidade de manipulação direta (fraude) ou indireta (direcionar parte da pesquisa para área que seja reduto do candidato.
O prof. Hoel fez bem em ressalvar a existência de “fatores humanos incontroláveis”. Agora, no caso da sucessão no Brasil, as pesquisas vêm indicando uma tendência de queda da candidata à reeleição e uma tendência de alta dos candidatos da oposição.
Com isso, está praticamente confirmada a possibilidade de haver segundo turno, que significa uma nova eleição. E as grandes novidades são as subidas de Aécio Neves e Eduardo Campos no segundo turno. O resto é folclore. (C.N.)
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