"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

DATAFOLHA PÓS-COPA ACENDE LUZ AMARELA PARA DILMA E O PT



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Como está dentro da margem de erro da pesquisa, a oscilação negativa de Dilma Rousseff (PT) no Datafolha, de 38% para 36%, pode ser uma simples variação estatística, mas é um sinal amarelo para a campanha petista. Aliás, são vários sinais amarelos. O saldo de avaliação do governo Dilma caiu de 9 para 3 pontos em duas semanas. Tanto o ótimo/bom diminuiu 3 pontos quanto o ruim/péssimo subiu na mesma proporção.
Além disso, os adversários estreitaram a diferença em relação à candidata à reeleição nas simulações de segundo turno. Dos 7 pontos do começo de julho, Aécio Neves (PSDB) tirou 3 e está agora apenas 4 pontos atrás de Dilma. Eles estão tecnicamente empatados. Já Eduardo Campos (PSB) viu sua distância para a petista diminuir de 13 pontos para 7 em apenas duas semanas.

CLIMA DE FESTA

Durante a Copa, o governo federal e estatais como Petrobras e Caixa Econômica ocuparam grande parte dos intervalos dos jogos e dos programas esportivos com propagandas. Somava-se a isso o fato de as atenções estarem voltadas para a competição, de haver um clima de festa e de o noticiário sobre a organização do evento ser positivo – além do aumento da auto-estima dos brasileiros por causa da aprovação dos estrangeiros.

Com o fim da Copa, imediatamente as atenções se voltam para os problemas do dia-a-dia, em especial a perda de poder de compra acarretada pelo aumento continuado de preços. A desaceleração do ritmo de criação de empregos formais é outro sinal preocupante para a economia e, por tabela, para Dilma.

Nada disso deve melhorar até agosto. O período entre a Copa e o começo do horário eleitoral no rádio e na TV é crítico para Dilma Rousseff (PT). As estatais e o governo estão proibidos de anunciar enquanto os indicadores econômicos continuam piorando. A esperança da presidente é ter direito a muito mais tempo na propaganda eleitoral do que os rivais.

Os resultados cada vez mais parelhos das simulações de segundo turno são uma boa projeção de como esta campanha deve ser disputada e de como a diferença tende a ser apertada. A eleição presidencial de 2014 está muito mais para Argentina 0 x 0 Holanda do que para Alemanha 7 x 1 Brasil.

25 de julho de 2014
José Roberto de Toledo
Estadão

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