No pronunciamento transmitido ao vivo na quinta-feira, em que se declarou vítima de uma perseguição movida pela força-tarefa da Lava Jato e pela grande mídia para afastá-lo da política e evitar sua eleição em 2018, o ex-presidente Lula da Silva voltou a exibir sua vocação messiânica, ao se comparar novamente com Jesus Cristo, vejam a que ponto de desvario ele chegou.
Nesta fase do discurso, Lula falava de honestidade e popularidade, dizendo que nem o juiz federal Sérgio Moro nem seus denunciadores “são um real” mais honestos do que ele.
Em seguida, se colocou acima de todas as pessoas do mundo, ao pronunciar uma frase que revela sua mente desequilibrada – “Só Jesus Cristo ganha de mim”.
Em seguida, se colocou acima de todas as pessoas do mundo, ao pronunciar uma frase que revela sua mente desequilibrada – “Só Jesus Cristo ganha de mim”.
MEGALOMANIA – Não foi a primeira vez que o ex-presidente petista se comparou a Cristo, da mesma forma como tem se equiparado a seus antecessores Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek.
Em tradução simultânea, o fato concreto e ameaçador é que Lula já tem consciência de que não conseguirá escapar da Justiça, que está incriminando também sua família e os companheiros e amigos que se tornaram cúmplices, como João Vaccari, José Carlos Bumlai, Delcídio Amaral e tantos outros, sem falar nos que foram condenados antes, no mensalão, como José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha, Silvio Pereira e tantos mais.
Lula sabe que desta vez só lhe resta uma alternativa – provocar o caos social, através de uma reação popular que inviabilize o prosseguimento da Operação Lava Jato, o governo Temer e a ação da Justiça. Sonhar não é proibido, mas trata-se de um objetivo totalmente ensandecido.
Se for mesmo implantada uma situação de desordem, motivada pela ação dos exércitos dos movimentos populares, liderados por João Pedro Stédile (Sem-Terra) e Guilherme Boulos (Sem-Teto), com apoio do PT, dos estudantes e dos sindicalistas, o resultado jamais será a volta de Lula ao poder.
Pelo contrário, ele será preso por outros motivos, pois inevitavelmente ocorrerá uma intervenção militar, nos termos da Constituição (ou não, como costuma dizer Caetano Veloso).
Pelo contrário, ele será preso por outros motivos, pois inevitavelmente ocorrerá uma intervenção militar, nos termos da Constituição (ou não, como costuma dizer Caetano Veloso).
LULA INSISTE – No pronunciamento à nação desta quinta-feira, Lula insistiu em conclamar a militância para que ocupe as ruas.
Fez um apelo aos petistas de todo o país, para que se vistam de vermelho. “Quem odeia o PT, ande com camisa de outra cor”, ironizou.
Fez um apelo aos petistas de todo o país, para que se vistam de vermelho. “Quem odeia o PT, ande com camisa de outra cor”, ironizou.
Em seguida, o ex-presidente petista elogiou a “meninada que proibiu o Alckmin de fechar as escolas aqui em São Paulo, essa meninada que está vindo pra rua pra reivindicar democracia, respeito, solidariedade, mais educação”.
E os militantes que acompanham o discurso receberam o elogio com aplausos e gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, repetindo o lema que homenageava Dirceu quando foi preso na Papuda, em Brasília.
MERECE UM OSCAR – No papel de vítima de perseguição política, Lula tem um desempenho verdadeiramente notável. É difícil imaginar alguém que possa superá-lo.
Sabe emocionar os espectadores, consegue chorar em público com a maior facilidade, é um ator magnífico que Hollywood está desprezando.
Sabe emocionar os espectadores, consegue chorar em público com a maior facilidade, é um ator magnífico que Hollywood está desprezando.
O problema é que Lula também quer ser, ao mesmo tempo, produtor, roteirista e diretor dessa obra de ficção política, que registra até nuances de comédia, mas está destinada a se transformar numa tragédia anunciada, se ele realmente insistir em concretizar a ameaça de incendiar o país.
17 de setembro de 2016
Carlos Newton
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