A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal americano “The Washington Post”, que há “um pouco de preconceito sexual” na forma como é descrita a sua forma de governar.
Em resposta a uma afirmação de que dizem que Dilma é uma “micromanager” -termo em inglês que designa um chefe muito controlador-, ela questionou se “alguma vez você já ouviu alguém dizer que um presidente do sexo masculino coloca o dedo em tudo”.
“Eu acredito que há um pouco de preconceito sexual. Sou descrita como uma mulher dura e forte que coloca o nariz em tudo, e eu estou [me dizem] cercada por homens muito bonitos”, completou.
Na entrevista, publicada no site do jornal nessa quinta-feira (25), a presidente afirmou ainda que sua baixa taxa de aprovação – que chegou a 10%, segundo a última pesquisa do Datafolha, contra 65% de reprovação – preocupa, mas que não vai “arrancar os cabelos” por isso.
“Você tem que viver com as críticas e com o preconceito.”
AJUSTE NÃO É DE LEVY
Sobre o ajuste fiscal e os cortes no orçamento – criticados por alas do PT-, afirmou que as medidas não são do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas de seu governo. “Estamos absolutamente certos de que é essencial colocar em prática todas as medidas necessárias, não importa quão duro eles são, para retomar as condições de crescimento”.
Questionada pelo “The Washington Post” se em algum momento no primeiro mandato pensou que o país não ia bem, Dilma respondeu que houve um agravamento da situação econômica no final de 2014, bem como uma queda na arrecadação de receitas do governo.
A presidente afirmou que o governo prevê uma situação “muito melhor” em 2016, e que a partir do ano que vem o Brasil irá crescer a “taxas normais”, citando projeção do FMI de altas de 3,5% ao ano no PIB mundial.
29 de junho de 2015
Deu na Folha
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