"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de outubro de 2013

"NÃO HÁ 32 IDEOLOGIAS QUE JUSTIFIQUEM 32 PARTIDOS" - DIZ PAULO MOURA

A recente aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criação de dois novos partidos políticos – o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Solidariedade – e as “fatias” que demandarão do fundo partidário colocam a representatividade da política brasileira em questão. Ao todo, no Brasil, são 32 legendas registradas no TSE, sendo 25 representadas na Câmara.

MG 1625 Não há 32 ideologias que justifiquem 32 partidos, diz Paulo Moura
Carlos Pereira

O cientista político e especialista do Instituto Millenium Carlos Pereira explica que a quantidade de partidos na disputa é resultado da própria lei eleitoral brasileira. No país, as vagas para deputados e vereadores são distribuídas de forma proporcional aos votos totais obtidos por cada partido. “Nosso sistema de lista aberta, sem cláusulas de barreira, estimula naturalmente a criação de novos partidos”, afirma.

Para ele, o caráter hiperpresidencialista do Brasil exige um multipartidarismo. “Na configuração institucional na qual o país se encontra, com um Executivo extremamente poderoso e capaz de influenciar fortemente o Congresso, a existência de muitos partidos exerce um papel endógeno, quase natural, de controle desse poder, que fica constrangido em se comportar de forma tirânica”, argumenta.

Paulo Moura, também cientista político e especialista do Imil, critica o fisiologismo da criação das legendas. “A quantidade exagerada de partidos não é o real problema. Hoje, eles são criados como ferramentas de negócios. Não há 32 ideologias no mundo, e muito menos no Brasil, que justifiquem a criação de 32 siglas”, pontua.

professor paulo e1374173884242 Não há 32 ideologias que justifiquem 32 partidos, diz Paulo Moura
Paulo Moura

Na concepção de Moura, o caráter paraestatal das legendas atrapalha o processo democrático. “Os partidos têm acesso a verba pública, tempo de propaganda na televisão e estrutura de bancada no parlamento, ou seja, podem empregar pessoas”, analisa.

Moura é favorável à extinção do fundo partidário e a uma legislação que exija que os partidos elejam bancadas expressivas antes de terem acesso ao horário na televisão. “Há plena liberdade partidária em países como Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo. Nesses países, a criação de novos partidos é até mais simples do que no Brasil. Mas eles são desestatizados, o que deveria acontecer aqui”, observa.
E você? O que pensa sobre a questão?

06 de outubro de 2013
imil

Nenhum comentário:

Postar um comentário