A decisão foi comunicada ao vice-presidente Michel Temer, que não abandonou a pretensão e alertou as bancadas do partido para conterem qualquer reação. A designação do secretário-geral do ministério, um técnico mas também filiado ao PSB , irritou deputados e senadores do maior partido nacional, que contavam ocupar esse novo espaço na administração federal.
O movimento feito pela presidente no tabuleiro da Esplanada dos Ministérios pode constituir o prenúncio de polêmicas mudanças. No final do ano ou no máximo em janeiro, deverão ser demitidos entre 12 e 16 ministros, candidatos às eleições de outubro. Que critérios serão adotados para a escolha de seus substitutos? Dilma continuará privilegiando os partidos de sua base parlamentar? Ou promoverá os secretários-gerais? Aproveitará para compor o ministério de seus sonhos, sem políticos, indicando os técnicos mais habilitados? Mas sendo candidata à reeleição, arriscar-se-á a perder apoio partidário?
Muitas variáveis pairam sobre o palácio do Planalto, mas um fator prevalece agora: o PMDB não manda e nem pode tanto no governo quanto seus dirigentes imaginavam. Levou um freio de arrumação.
AS MEDALHAS E A FELIZ DISPUTA
Poucos conhecem as historinhas que merecem ser repetidas. Visitava o Brasil a Rainha Elizabeth II, com o Príncipe Phillip a tiracolo. Em Brasília, o casal compareceu a uma recepção de gala, no palácio da Alvorada, já que o ministério das Relações Exteriores ainda não tinha sido inaugurado. Todo mundo de casaca e condecorações.
O mal educado consorte, sempre adiantado três ou quatro doses de uísque, foi apresentado ao chefe do Gabinete Militar do presidente Costa e Silva. De primeiro uniforme, carregado de medalhas, o general Jaime Portella mais parecia uma árvore de natal. Grosso, o inglês indagou maliciosamente: “todas essas medalhas, o senhor ganhou na guerra?” Resposta pronta de Portella: “Ganhei por merecimento. E as suas, o senhor ganhou na cama?”
No Rio, a Rainha foi ao estádio do Maracanã. Era um domingo de Fla-Flu, as arquibancadas lotadíssimas. Fazendo as vezes de anfitrião, na tribuna de honra, o governador Negrão de Lima ouviu trágica pergunta da ilustre convidada, que queria saber o significado daquele imenso coro popular iniciado quando o juiz marcou uma falta contra o Flamengo. A velha raposa mineira respondeu na hora:
“É uma saudação do público ao juiz e aos jogadores. Estão gritando “Feliz Disputa! Feliz Disputa!”
06 de outubro de 2013
Carlos Chagas
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