"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de outubro de 2013

FREIO DE ARRUMAÇÃO NO PMDB


A presidente Dilma decidiu encarar o PMDB, rejeitando a imediata nomeação do senador Vital do Rego para o lugar de Fernando Bezerra, que renunciou ao ministério da Integração Nacional depois de o  PSB haver desembarcado do governo. 

A decisão foi comunicada ao vice-presidente Michel Temer, que não abandonou a pretensão e  alertou  as bancadas do partido para conterem qualquer reação.  A designação do secretário-geral do ministério, um técnico mas também filiado ao PSB , irritou deputados e senadores do maior partido nacional, que contavam ocupar esse novo  espaço na administração federal.
 
O movimento feito pela presidente no tabuleiro da Esplanada dos Ministérios pode constituir o  prenúncio de polêmicas mudanças. No final do ano ou no máximo em janeiro, deverão ser demitidos  entre 12 e 16 ministros, candidatos às eleições de outubro. Que critérios serão adotados para a escolha de seus substitutos? Dilma continuará privilegiando os partidos de sua base parlamentar? Ou promoverá os secretários-gerais? Aproveitará para compor o ministério de seus sonhos, sem políticos, indicando os técnicos mais habilitados? Mas sendo candidata à reeleição, arriscar-se-á a perder apoio partidário?
 
Muitas variáveis pairam sobre o palácio do Planalto, mas um fator prevalece agora: o PMDB não manda e nem pode tanto no governo quanto seus dirigentes imaginavam. Levou um freio de arrumação.
 
AS MEDALHAS E A FELIZ DISPUTA
 
Poucos  conhecem as historinhas que merecem ser repetidas. Visitava o Brasil a  Rainha Elizabeth II, com o Príncipe Phillip  a tiracolo. Em Brasília, o casal compareceu a uma recepção de gala, no palácio da Alvorada, já que o ministério das Relações Exteriores  ainda não tinha sido inaugurado. Todo mundo de casaca e condecorações.
 
O mal educado consorte, sempre adiantado três ou quatro doses de uísque, foi apresentado ao chefe do Gabinete Militar do presidente Costa e Silva.  De primeiro uniforme, carregado de medalhas, o general Jaime Portella mais parecia uma árvore de natal. Grosso, o inglês indagou maliciosamente: “todas essas medalhas, o senhor ganhou na guerra?” Resposta pronta de Portella: “Ganhei por merecimento. E as suas, o senhor ganhou na cama?”
 
No Rio, a Rainha foi ao estádio do Maracanã. Era um domingo de Fla-Flu, as arquibancadas lotadíssimas. Fazendo as vezes de anfitrião, na tribuna de honra,  o governador Negrão de Lima  ouviu trágica  pergunta da ilustre convidada, que queria saber o significado daquele imenso coro popular iniciado quando o juiz marcou uma falta contra o Flamengo. A velha raposa mineira respondeu na hora:
“É uma saudação do público  ao juiz e aos jogadores. Estão gritando “Feliz Disputa! Feliz Disputa!”

06 de outubro de 2013
Carlos Chagas
 

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