Não podemos esquecer o método de sempre...
No dia 6 de junho de 2005, a Folha chegava às bancas com uma entrevista-bomba de Roberto Jefferson e o Brasil ouvia, pela primeira vez, a palavra "mensalão". A entrevista foi dada para a jornalista Renata Lo Prete, ex-editora da coluna Painel e hoje na GloboNews.
O país ficou de cabeça para baixo e 15 dias depois, em 21 de junho, José Dirceu deixava o cargo de Ministro da Casa Civil. Ele era, de fato, um primeiro-ministro improvisado e continuou mandando no PT e no Brasil ainda por muitos anos. Em seu lugar entrava Dilma Rousseff, também ministra e presidente do conselho de administração da Petrobras. Pois é.
Qual foi a resposta de Lula aos escândalos? Em 1 de junho, menos de um mês depois da publicação da entrevista na Folha, os jornais divulgavam o evento de lançamento do seu "pacote anti-corrupção" ao lado da nova ministra. O PT "não inventou a corrupção, ela tem 500 anos", eles diziam, "é o PT que está investigando agora e por isso os casos estão aparecendo".
O que fez Dilma hoje, 10 anos depois? Requentou a mesma marquetagem de Lula confiando na subserviência da imprensa, da oposição e na memória curta do brasileiro. Foram 10 anos e a roubalheira só aumentou, culminando com o Petrolão, um escândalo de fazer o mensalão parecer brincadeira de criança.
Aécio Neves, em mais um ato que fez tremer o chão de Brasília, chamou hoje o pacote de "paliativo" e ainda pediu a "ajuda" do PT para implementar novas medidas que seu partido pretende apresentar. Já dá para imaginar o cartaz que ele vai segurar de trás da janela de casa na próxima manifestação: "chega de paliativos!". O PT não vai dormir essa noite.
O PT é o PT, não vai mudar. Quando é pego com a mão na cumbuca, primeiro nega, depois coloca a culpa na imprensa e nas elites, e no final demite dois ou três e lança leis "anti-corrupção" enquanto compra corações e mentes com dinheiro público. O mundo gira e tudo volta ao normal até o próximo escândalo quando começa tudo de novo.
Quem vai dar um basta nisso? Quem vai tirar essa quadrilha definitivamente do poder para sempre? Quem vai mostrar ao povo brasileiro que é preciso não só mudar nomes mas também o próprio conceito do papel do estado na economia e na vida das pessoas? Estamos de olho.
Por Alexandre Borges - Diretor do Instituto Liberal, autor contratado da Ed. Record, articulista do Reaçonaria, Mídia Sem Máscara, jornal Gazeta do Povo, entre outros.
19 de março de 2015
Alexandre Borges
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