"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de março de 2015

CUNHA VENCE MAIS UMA E MINISTRO CID GOMES PEDE DEMISSÃO



Depois da confusão, Cid Gomes deixa a Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na sessão desta quarta-feira a saída do ministro Cid Gomes (Educação) do governo da presidente Dilma Rousseff.
“Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes”, disse Eduardo Cunha na tarde desta quarta-feira (18). O ministro pediu demissão após uma sessão conturbada na Comissão Geral da Câmara, onde fora convocado a prestar esclarecimentos sobre sua afirmação de que a Casa tem grande maioria de achacadores.
O PMDB havia exigido a demissão de Cid depois que o ministro reiterou a sua afirmação, como divulgou a coluna ‘Painel’. A expectativa do governo e da Câmara era que ele hoje se desculpasse pelas declarações e tentasse recompor suas relações. Ao invés disso, Cid Gomes dirigiu-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o dedo em riste e vociferou : “Prefiro ser acusado de mal educado a ser acusado de achacador como ele [Cunha], que é o que dizem dele as manchetes dos jornais”.
LARGUEM O OSSO
Antes, o ministro já havia dito que quem é da base aliada do governo tem de votar com o governo. “Ou larguem o osso. Saiam do governo.”
Assim que deixou a Câmara, o ministro foi chamado para ter uma conversa com a presidente Dilma.
A demissão de Cid é uma tentativa do governo de evitar que a relação com a Câmara dos Deputados se complique mais ainda, o que aproximaria a possibilidade do Planalto ver derrotados no Congresso projetos de seu interesse.
O Palácio do Planalto confirmou a saída de Cid Gomes. “O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta”, diz nota divulgada pelo governo. O Planalto informou no início da noite desta quarta (18) que Luiz Cláudio Costa, secretário-executivo da Educação, assumirá interinamente o cargo de ministro.
RESPOSTA ADEQUADA
Para o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), a resposta rápida do governo é adequada. “A presidente Dilma tem uma formação democrática e não esperávamos que ela tivesse outra atitude. É uma pessoa que respeita o Parlamento”, disse após a notícia da demissão.
Para o peemedebista, Cid demonstrou durante seus discursos nesta terça não ter “formação democrática e republicana”. “Ficou clara a sua inteira incompatibilidade para ocupar o cargo que possuía”, disse. Antes da demissão, Picciani chegou a dizer que, caso Dilma não demitisse o ministro, o PMDB poderia deixar a base aliada do governo.
“Ele saiu daqui como um fanfarrão. Ele veio aqui e disse o que quis e ouviu o que não quis. Saiu batendo o pé como um menino mimado”, disse Picciani.
Para o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), o posicionamento de Cid demonstrou um problema dele com os deputados. “Não representa um problema do governo com a Casa. Foi uma questão dele com a Casa. Não é questão de governo”, disse.

19 de março de 2015
Aguirre Talento, Flávia Foreque Mariana Haubert
Folha

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