O Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015, principal instrumento do governo para o setor, oferece R$ 156,1 bilhões em créditos subsidiados, mas foi recebido sem grande animação pelos produtores rurais.
Como nos últimos anos, houve aumento no volume de financiamento para custeio da safra e investimento em máquinas e equipamentos. Pouco se falou, porém, sobre mudanças relevantes na infraestrutura de transporte, o principal gargalo do agronegócio.
A logística, com efeito, é o maior freio à competitividade. O custo para levar uma tonelada de soja de Mato Grosso até a China já vinha muito acima dos padrões internacionais; para piorar, neste ano registra-se um aumento de 50% em relação ao período 2010-2013.
Há, além disso, deficiências de armazenagem. Enquanto os EUA têm capacidade para estocar mais de 100% de sua safra, o Brasil não consegue abrigar mais que dois terços da produção nacional.
A combinação de transporte ruim e ausência de armazéns fragiliza os produtores, que se veem obrigados a escoar a safra a quase qualquer custo e sob condições adversas no momento da colheita.
A esses dois problemas soma-se um terceiro: o setor sofre de insuficiência de seguro para a safra. Estima-se que os R$ 700 milhões previstos para essa finalidade neste ano bastem para garantir cerca de 20% da área plantada. Nos EUA, a maior parte da produção conta com proteção contra intempéries e mesmo redução de preços.
Algumas prioridades precisam ser revistas por aqui. Não parece a melhor aplicação de recursos públicos, por exemplo, subsidiar, via BNDES, a aquisição de máquinas por grandes produtores. Valeria mais atender demandas que beneficiem a todos de forma horizontal, como nos casos da armazenagem e do seguro de safra.
Com uma produção estimada de 191 milhões de toneladas em 56,3 milhões de hectares, o setor responde por aproximadamente 60% das exportações brasileiras. Como um todo, o agronegócio representa entre 20% e 25% do PIB do país.
A evolução do segmento, que vem de longa data, deve muito, sem dúvida, às políticas de Estado construídas ao longo de décadas; seus resultados formidáveis, ainda assim, ocorrem a despeito da incapacidade de sucessivos governos de lidar com os problemas sistêmicos de infraestrutura.
Como nos últimos anos, houve aumento no volume de financiamento para custeio da safra e investimento em máquinas e equipamentos. Pouco se falou, porém, sobre mudanças relevantes na infraestrutura de transporte, o principal gargalo do agronegócio.
A logística, com efeito, é o maior freio à competitividade. O custo para levar uma tonelada de soja de Mato Grosso até a China já vinha muito acima dos padrões internacionais; para piorar, neste ano registra-se um aumento de 50% em relação ao período 2010-2013.
Há, além disso, deficiências de armazenagem. Enquanto os EUA têm capacidade para estocar mais de 100% de sua safra, o Brasil não consegue abrigar mais que dois terços da produção nacional.
A combinação de transporte ruim e ausência de armazéns fragiliza os produtores, que se veem obrigados a escoar a safra a quase qualquer custo e sob condições adversas no momento da colheita.
A esses dois problemas soma-se um terceiro: o setor sofre de insuficiência de seguro para a safra. Estima-se que os R$ 700 milhões previstos para essa finalidade neste ano bastem para garantir cerca de 20% da área plantada. Nos EUA, a maior parte da produção conta com proteção contra intempéries e mesmo redução de preços.
Algumas prioridades precisam ser revistas por aqui. Não parece a melhor aplicação de recursos públicos, por exemplo, subsidiar, via BNDES, a aquisição de máquinas por grandes produtores. Valeria mais atender demandas que beneficiem a todos de forma horizontal, como nos casos da armazenagem e do seguro de safra.
Com uma produção estimada de 191 milhões de toneladas em 56,3 milhões de hectares, o setor responde por aproximadamente 60% das exportações brasileiras. Como um todo, o agronegócio representa entre 20% e 25% do PIB do país.
A evolução do segmento, que vem de longa data, deve muito, sem dúvida, às políticas de Estado construídas ao longo de décadas; seus resultados formidáveis, ainda assim, ocorrem a despeito da incapacidade de sucessivos governos de lidar com os problemas sistêmicos de infraestrutura.
21 de maio de 2014
Editorial Folha de SP
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