No primeiro depoimento da CPI da Petrobras no Senado nesta terça-feira (20), com a comissão dominada por aliados do governo federal, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli isentou a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade pela aquisição da refinaria de Pasadena (nos Estados Unidos) e atacou a oposição.
Ao jornal "O Estado de S. Paulo", no mês passado, ele havia afirmado que Dilma "não pode fugir da responsabilidade" no caso Pasadena. Agora, disse não considerar a presidente responsável pela compra da refinaria.
"A responsabilidade é da diretoria da Petrobras e do Conselho de Administração [da estatal]. Essa é a questão-chave, é um processo de decisão que não é individualizado, é um processo de decisão coletivo", afirmou o ex-presidente da estatal.
Dilma era a presidente do Conselho de Administração da empresa que, em 2006, aprovou a compra da refinaria, causando prejuízo à Petrobras de US$ 530 milhões.
Em março, Dilma disse que a decisão do conselho foi baseada em um resumo "falho", que omitiu duas cláusulas relevantes do contrato.
Em março, Dilma disse que a decisão do conselho foi baseada em um resumo "falho", que omitiu duas cláusulas relevantes do contrato.
Gabrielli argumentou que o negócio não seria rejeitado se as cláusulas constassem do resumo e disse que as decisões do conselho são "estratégicas". "Não compete ao conselho, nem tem possibilidade, de entrar nos detalhes operacionais dos contratos. As decisões são se o negócio é aderente ao plano estratégico, tem custo adequado às condições de mercado e traz retorno para a companhia", afirmou.
Com a presença de apenas um senador de oposição na sessão --Cyro Miranda (PSDB-GO)--, não houve questionamentos mais incisivos a Gabrielli. "Essa CPI vem pronta, é um prato feito. É um jogo de cena, uma farsa", declarou Miranda.
Gabrielli rebateu: "A oposição quer criar um espetáculo. É extremamente perigoso, extremamente condenável o comportamento da oposição, que está querendo destruir uma empresa sólida".
Como a CPI do Senado está sob o controle do governo, a oposição aposta suas fichas na CPI mista --com deputados e senadores, e em processo de instalação. Os aliados do Palácio do Planalto querem empurrar o início dos trabalhos da CPI mista para a próxima semana. A oposição tentará instalar a comissão nesta quarta-feira (21).
(Folha de São Paulo)
21 de maio de 2014
in coroneLeaks
Nenhum comentário:
Postar um comentário