Enquanto Dilma Rousseff já está depondo no Senado, nesta segunda-feira o presidente interino Michel Temer comandará uma agenda mvimentada. Ele receberá os medalhistas e atletas olímpicos que disputaram os Jogos Olímpicos do Rio, neste mês, em evento no Palácio do Planalto.
Incentivadora das Olimpíadas, em 2011, Dilma criou o Bolsa Pódio para apoiar atletas de alto rendimento com chances de medalha. Este ano, já afastada da Presidência, desistiu de comparecer à cerimônia de abertura porque não teria um lugar de destaque no evento.
MEDALHISTAS – Buscando se descolar do julgamento final do impeachment, que ocorre desde a última quinta-feira no Senado, Temer capitalizará o evento esportivo no palácio. Receberá os principais medalhistas brasileiros, como Isaquias Queiroz, que ganhou três medalhas no canoismo; Rafaela Silva, medalha de ouro no Judô; Martine Grael e Kahena Kunze, dupla ouro na vela; Alisson e Bruno Schmidt, dupla ouro no vôlei de praia; além de atletas das equipes de futebol e vôlei masculino, ambas medalhistas de ouro. No total, cerca de 70 atletas participarão da cerimônia.
Inicialmente, Temer participaria também da ratificação do acordo climático negociado em Paris no ano passado, durante a COP 21. A agenda, no entanto, foi adiada para 12 setembro, depois que o presidente interino voltar da China.
Paralelamente aos eventos no Planalto, a equipe de Temer procura dar um ar de naturalidade às ações em andamento. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), afirma que o governo está focado na Câmara, onde o tema impeachment já foi superado e se prepara para importantes votações.
MEDIDAS PROVISÓRIAS – Nos planos do Palácio do Planalto, esta segunda-feira será o momento de aprovar na Câmara três Medidas Provisórias (MPs) que estão prestes a caducarem: a 725, que trata de crédito agrícola, a 726, que fez a reforma administrativa com as mudanças na Esplanada dos Ministérios, e 727, que cria o programa de Parcerias de Investimentos, inclusive o cargo de Moreira Franco.
Os governistas tentarão também finalizar a votação dos destaques do projeto da renegociação da dívida dos estados com a União. A ideia é começar ainda na segunda-feira, após a votação das MPs, tendo como prazo final para votar o projeto a terça-feira, dia em que começará a votação sobre o impeachment no Senado.
– Aproveitamos o fim de semana e colocamos uma porta à prova de fogo entre o Senado e a Câmara. O fogo vai ficar concentrado lá no Senado – afirmou um aliado de Michel Temer.
FOGO NO SENADO – O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirma que o governo trabalhará normalmente durante os dias finais do processo de impeachment.
– Na segunda-feira o governo estará trabalhando na Câmara. A votação do impeachment é no Senado e não vamos paralisar os trabalhos por causa disto. Temos muita coisa a fazer e nenhum tempo a perder – pontua Geddel.
29 de agosto de 2016
Simone Iglesias, Catarina Alencastro e Júnia Gama
O Globo
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