Um dia antes do discurso que fará no plenário do Senado, a presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou neste domingo (28) a senadores que está “segura” e ficará no plenário “até o horário necessário”. Dilma conversou por viva-voz com senadores de sua base aliada que estavam reunidos no apartamento de Lídice da Mata (PSB-BA) e foi questionada sobre sua “disposição” em ficar muitas horas respondendo a perguntas dos parlamentares, visto que há 47 inscritos até agora.
Segundo presentes, Dilma respondeu que estava sendo “pega de surpresa” com a dúvida, mas que achava melhor “esgotarmos até o horário necessário”.
“Ela está disposta a amanhecer respondendo”, afirmou Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao sair do encontro marcado para definir as estratégias que os senadores adotarão na sessão desta segunda-feira (29), com a presença da petista.
NO ALVORADA – A presidente afastada estava no Palácio da Alvorada para um jantar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros aliados, quando recebeu o telefonema da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que também estava na residência de Lídice. Durante a ligação, senadores e Dilma trocaram impressões sobre o julgamento e a petista agradeceu o “empenho” dos congressistas.
Apesar dos esforços, nem mesmo os auxiliares mais próximos à petista acreditam que o discurso dela possa reverter votos. A fala de Dilma deve durar pouco mais de trinta minutos, adotar um tom emocional e registrar na história os efeitos do que ela chama de “golpe”.
Durante boa parte do domingo (28) Dilma se preparou para o discurso e as perguntas que deverá responder dos senadores, tanto de sua base como de oposição.
Da reunião na casa de Lídice participaram 12 senadores, entre eles Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Jorge Viana (PT-AC), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Roberto Requião (PMDB-PR), entre outros.
26 de agosto de 2016
Marina Dias
Folha
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