Além de integrantes do MTST, militantes de outros grupos de esquerda participarão dos protestos. Boulos disse à Folha que manifestações semelhantes, “mais contundentes”, também devem ocorrer em outras capitais.
“Essas mobilizações já são parte do processo [contra o impeachment] e nós vamos continuar. O que está em jogo não é só a votação”, afirma Boulos. “Se o julgamento caminhar para a confirmação do golpe, e tudo indica que sim, se abrirá um período longo de instabilidade [no país].”
Detalhes sobre os locais e horários dos bloqueios não foram divulgados.
EM BRASÍLIA – Um dia antes, na segunda-feira (29), os grupos contra o impeachment pretendem protestar em frente ao Senado, em Brasília. Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares, militantes devem acompanhar a presidente afastada desde a saída do Palácio da Alvorada, pela manhã, até o Senado, onde Dilma apresentará pessoalmente sua defesa.
Caso não seja possível acompanhá-la, a expectativa é de que militantes “aguardem por ela na entrada do Senado”, diz Bonfim. As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem entidades sindicais, estudantis e grupos de esquerda, planejam fazer um ato de apoio a Dilma às 18h no local.
Já em São Paulo, grupos contra o impeachment planejam se reunir no fim da tarde na Praça do Ciclista, próxima à Avenida Paulista. Esta manifestação, no entanto, ainda não está confirmada. Os movimentos também preparam atos no Rio de Janeiro e em Natal.
PRÓ-IMPEACHMENT – Consultados, os movimentos favoráveis ao impeachment não informaram uma agenda consolidada de eventos, embora exista um diálogo para que os grupos se manifestem de forma conjunta caso o impeachment seja confirmado.
Marcello Reis, líder do Revoltados Online, afirma que mandou ofício para Polícia Militar pedindo liberação de ato na avenida Paulista nos dias 29, 30 e 31 de agosto. O grupo, no entanto, não pretende acompanhar a votação.
Segundo Reis, a realização de uma manifestação depende do andamento da votação no Senado.
DEPENDE DO HORÁRIO – Carla Zambelli, do movimento Brasil Nas Ruas, afirma que os movimentos contrários à presidente afastada estão articulando atos conjuntos para comemorar, caso o impedimento se confirme.
“O problema está na relação do horário que deve acabar o julgamento do impeachment. Precisávamos saber se vai acabar até umas 20h, para conseguirmos planejar para o mesmo dia. Depois disso ninguém vai querer sair para a rua”, diz.
O movimento Vem Pra Rua declarou, pela assessoria de imprensa, que não tem uma agenda própria de atos, mas que estimulará comemorações espontâneas. “Se a votação final acontecer no dia 30 ou 31/8, talvez as pessoas saiam às ruas para comemorar, o que incentivaremos.”
Procurado, o MBL (Movimento Brasil Livre) afirmou, sem maiores detalhes, que deve organizar manifestação.
29 de agosto de 2016
Igor Utsumi e Rodrigo Menegat
Folha
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