"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

SEIS POR MEIA DÚZIA...

Presidente da Câmara é investigado também por desvio em fundo de previdência

Maranhão só é deputado porque a Justiça é lerda
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), é acusado por um delator da Operação Miquéias de ter recebido pagamentos de propina para que a Prefeitura de Santa Luzia, no Maranhão, investisse em um fundo de investimento controlado por uma quadrilha de doleiros. O delator chegou a indicar a conta bancária onde foram feitos os pagamentos. De acordo com depoimento de Almir Fonseca Bento, que fechou acordo de delação premiada e captava investimentos para a empresa da quadrilha, Maranhão foi a ponte de contato, em 2012, com o então prefeito de Santa Luzia (MA), Márcio Leandro Antezana Rodrigues.
O delator revelou que estava com o deputado quando conversou com o prefeito de Santa Luzia sobre o investimento feito, um total de R$ 6 milhões, em fundos geridos pela empresa dos doleiros, a Invista Investimentos Inteligentes. “O deputado Waldir Maranhão recebeu R$ 60 mil por esta operação. Que deste total R$ 10 mil foi pago através de transferência bancária da sua conta no banco Itaú“, dia Almir Bento.
NA CONTA DA MULHER
O dinheiro foi depositado na conta da esposa de Maranhão, de acordo com o documento. A transferência bancária foi feita entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013. No depoimento, o delator disse que o deputado cobrou o dinheiro para que pudesse pagar uma viagem para passar a virada do ano no Rio de Janeiro.
As provas contra Maranhão foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal em 8 de outubro de 2013 para que ele fosse investigado e acusado por participação no esquema. Em abril, a Procuradoria-Geral da República determinou diligências para apurar a participação dele no caso.
A Operação Miqueias combateu uma quadrilha chefiada pelo doleiro Fayed Treboulsi, que corrompia prefeitos e gestores de fundos de previdência municipais para que invetissem recursos – guardados para pagar aposentadorias de servidores públicos – em fundos de investimentos geridos pela organização criminosa. Esses investimentos geravam lucros para a quadrilha e prejuízos para os fundos de pensão – e, consequentemente, para os servidores. O deputado Waldir Maranhão mantinha contatos frequentes com o doleiro Fayed pelo telefone.
LAVA JATO
Waldir Maranhão também é investigado pela Operação Lava Jato. Segundo o doleiro Alberto Youssef, ele era um dos parlamentares do PP que recebiam pagamento de propina por contratos fechados entre empresas fornecedoras e a Petrobras.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A importante reportagem foi enviada pelo comentarista Moacir Pimentel, de olho no lance. Como se vê, as provas foram enviadas ao Supremo em 2013 e somente agora, três anos depois, a Procuradoria determina diligências para continuar investigando. A Justiça trabalha em ritmo de Martinho da Vila – devagar, devagarinho. Por isso o Brasil é o país da impunidade.(C.N.)


09 de maio de 2016
Daniel Haidar
Época

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