Superar a atual crise econômica não será fácil. Uma das condições para que isso ocorra é que todo o mundo dê a sua contribuição.
Isso significa repensar uma sociedade que ficou viciada em privilégios oferecidos pelo Estado. A rede de proteção, que já não era pequena, ficou ainda maior nos últimos anos.
Começa no empresário que pega empréstimos a juros camaradas e tem facilidades tributárias e chega ao profissional liberal que paga menos imposto.
Vai do estudante que ganha meia-entrada ao servidor público que não pode ser demitido e cujo salário está garantido mesmo que tenha um mau desempenho.
Envolve o trabalhador estimulado a aposentar-se relativamente jovem e o artista famoso que se garante com dinheiro que o governo abre mão de receber.
Até mesmo o Bolsa Família, tão importante para o Brasil, tem gordura para cortar, dizem os especialistas. Poderia dar mais dinheiro a quem mais precisa se deixasse uma fatia de beneficiários caminhar com as próprias pernas.
Consolidou-se a ideia de que o Estado precisa dar tudo. Mas, quando alguém rece- be um direito (ou um privilégio), outros têm de bancar isso. O cobertor é curto.
Não tem jeito, o país precisa de uma caça geral aos privilégios. Todos, na medida de suas possibilidades, deveriam perder um pouco. Fariam isso em nome do bem coletivo, que é a recuperação do crescimento e dos empregos.
Ao assumir em breve o governo, Michel Temer (PMDB) precisa transmitir ao país a mensagem dura, mas verdadeira, de que os sacrifícios necessários para essa transição serão repartidos entre todos de forma democrática.
09 de maio de 2016
Editorial Folha de SP
Isso significa repensar uma sociedade que ficou viciada em privilégios oferecidos pelo Estado. A rede de proteção, que já não era pequena, ficou ainda maior nos últimos anos.
Começa no empresário que pega empréstimos a juros camaradas e tem facilidades tributárias e chega ao profissional liberal que paga menos imposto.
Vai do estudante que ganha meia-entrada ao servidor público que não pode ser demitido e cujo salário está garantido mesmo que tenha um mau desempenho.
Envolve o trabalhador estimulado a aposentar-se relativamente jovem e o artista famoso que se garante com dinheiro que o governo abre mão de receber.
Até mesmo o Bolsa Família, tão importante para o Brasil, tem gordura para cortar, dizem os especialistas. Poderia dar mais dinheiro a quem mais precisa se deixasse uma fatia de beneficiários caminhar com as próprias pernas.
Consolidou-se a ideia de que o Estado precisa dar tudo. Mas, quando alguém rece- be um direito (ou um privilégio), outros têm de bancar isso. O cobertor é curto.
Não tem jeito, o país precisa de uma caça geral aos privilégios. Todos, na medida de suas possibilidades, deveriam perder um pouco. Fariam isso em nome do bem coletivo, que é a recuperação do crescimento e dos empregos.
Ao assumir em breve o governo, Michel Temer (PMDB) precisa transmitir ao país a mensagem dura, mas verdadeira, de que os sacrifícios necessários para essa transição serão repartidos entre todos de forma democrática.
09 de maio de 2016
Editorial Folha de SP
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