"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

CAÇA AOS PRIVILÉGIOS

Superar a atual crise econômica não será fácil. Uma das condições para que isso ocorra é que todo o mundo dê a sua contribuição.

Isso significa repensar uma sociedade que ficou viciada em privilégios oferecidos pelo Estado. A rede de proteção, que já não era pequena, ficou ainda maior nos últimos anos.

Começa no empresário que pega empréstimos a juros camaradas e tem facilidades tributárias e chega ao profissional liberal que paga menos imposto.

Vai do estudante que ganha meia-entrada ao servidor público que não pode ser demitido e cujo salário está garantido mesmo que tenha um mau desempenho.

Envolve o trabalhador estimulado a aposentar-se relativamente jovem e o artista famoso que se garante com dinheiro que o governo abre mão de receber.

Até mesmo o Bolsa Família, tão importante para o Brasil, tem gordura para cortar, dizem os especialistas. Poderia dar mais dinheiro a quem mais precisa se deixasse uma fatia de beneficiários caminhar com as próprias pernas.

Consolidou-se a ideia de que o Estado precisa dar tudo. Mas, quando alguém rece- be um direito (ou um privilégio), outros têm de bancar isso. O cobertor é curto.

Não tem jeito, o país precisa de uma caça geral aos privilégios. Todos, na medida de suas possibilidades, deveriam perder um pouco. Fariam isso em nome do bem coletivo, que é a recuperação do crescimento e dos empregos.

Ao assumir em breve o governo, Michel Temer (PMDB) precisa transmitir ao país a mensagem dura, mas verdadeira, de que os sacrifícios necessários para essa transição serão repartidos entre todos de forma democrática.



09 de maio de 2016
Editorial Folha de SP

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