"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

ALIADOS DE CUNHA DIZEM QUE ELE ESTÁ TRANSTORNADO, SEM SABER O QUE FAZER


Aliados pedem que Cunha renuncie à presidência da Câmara
















O deputado afastado da presidência da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está transtornado e não sabe o que fazer daqui para a frente. O relato dos deputados que acompanharam com ele o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem no início da noite é de que o ex-todo poderoso líder do baixo clero e do centrão está “quebrado” e muito preocupado com a família. Ele poderá continuar na residência oficial por 30 dias, mas pensa em ficar na casa do Rio de Janeiro, com a família. Já os líderes do chamado “blocão”, para viabilizar novas eleições na presidência da Câmara, estão tentando convencê-lo a renunciar para salvar o mandato e o foro do Supremo.
Outra alternativa, para garantir a vacância na presidência da Câmara é convencer o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) a renunciar. Ele é considerado um “Severino Cavalcanti piorado”, por incapacidade de tocar as sessões e por virar vidraça por seu envolvimento na Operação Lava-jato. Desde o afastamento de Cunha nesta quinta-feira, Maranhão não apareceu para presidir as sessões de ontem a tarde nem a sessão desta sexta-feira de manhã, inviabilizada por falta de quórum.
— O Eduardo está muito preocupado, transtornado. Dizia: não sei o que vou fazer agora. Não sei se fico aqui ou vou para o Rio. Não dá para ficar para lá e para cá. Preciso cuidar da minha família — contou um dos deputados que acompanhou a votação do STF na residência oficial da Câmara.
HAVERÁ RENÚNCIA?
Estiveram com Cunha, ao longo da quinta-feira, os deputados Júlio Lopes (PP-RJ), Artur Lira (PP-PB), André Moura (PSC-SE) , Paulinho da Força (SD-SP) e Jovair Arantes (PTB-GO), relator do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.
— O melhor caminho é convencer um dos dois a renunciar. Estamos conversando com Eduardo para ver se ele renuncia a presidência da Câmara para salvar seu mandato. Com isso ele nos libera para nos livrar desse Severino piorado. Ontem a gente até achava que o Maranhão dava conta, mas pela sua reação, vimos que é completamente impossível, é pior que o Severino — disse um dos líderes que esteve com Cunha.
MANDATO-TAMPÃO
Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF), são os nomes trabalhados para ocupar um mandato tampão na presidência da Câmara se os líderes do Centrão convencerem Cunha ou Waldir Maranhão a renunciar.
Os líderes da oposição, que se reuniram no final do dia com os líderes do Blocão , já divulgaram nota defendendo a vacância do cargo e realização de novas eleições. Também cogitam lançar o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA) , se houver nova eleição. Mas ainda não sabem que caminho jurídico pode ser seguido.
— Vamos nos reunir na segunda-feira. Um caminho, se não houver renúncia de Cunha ou do Maranhão, é encaminhar uma consulta a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a situação da Câmara, acéfala, com o afastamento por tempo indeterminado do titular — disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Maranhão não vai renunciar. Está correndo atrás de seus 15 minutos de fama, na terça-feira estará sentado na cadeira mais alta da presidência, comandando a sessão, e estamos conversados. Cunha não pode renunciar, porque está afastado da presidência e ninguém pode renunciar a um cargo que não exerce mais. A situação é patética. (C.N.)


09 de maio de 2016
Maria Lima
O Globo

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