O Odorico Paraguaçu da Venezuela é bem mais perigoso que o personagem criado por Dias Gomes
Odorico Paraguaçu, personagem imortal criado por Dias Gomes, foi uma perfeita caricatura do que seria um político sem moral e sem pudor.
Exagerado nos trejeitos e nas ações demagógicas, Odorico sobreviveu, como os grandes personagens, ao autor.
Dias Gomes não teria o mesmo sucesso hoje. A realidade ultrapassa a ficção.
O que separa Odorico do venezuelano Nicolás Maduro? Os assassinatos. As milícias armadas que defendem com métodos mafiosos um regime baseado na farsa.
Se Odorico era uma sátira a tiranetes de direita, Maduro é tão real quanto os demais déspotas de esquerda. Mesmo que não saiba definir o que seja esquerda.
Eleito com uma vantagem inferior a 1% dos votos de diferença ─ num sistema em que o número de votos não determina o vencedor ─, representa a continuidade do chavismo. Agora sem Chávez, o ídolo venerado numa urna de cristal.
Quem ─ no mundo civilizado ─ poderia afirmar que o “império do mal” havia criado um “raio da morte” que causaria câncer nos adversários políticos? Quem troca petróleo por nada, como no caso de Cuba? E paga também com petróleo uma dívida infindável com a China?
Mais de 70% dos recursos venezuelanos são pagos em dólar, com o petróleo comprado pelos Estados Unidos.
Antecipação do Natal. Dia Nacional de adoração ao Supremo Comandante. Milícias populares armadas e consentidas. Invasões de residências. Nenhuma investigação. Domínio pleno do Judiciário e de 98% doLegislativo. Decretos com força de lei não submetidos ao crivo da Assembleia. Obrigatoriedade de vender produtos de luxo pela metade do preço pago pelos lojistas. Calotes em investidores.
Voos para o exterior em avião de luxo com familiares. Corrupção desenfreada. Coleção de carros de luxo, como o famoso Bentley. Um ex-motorista de ônibus que se recusa a demonstrar um mínimo de sanidade. Discursos bolorentos como se o mundo se importasse com o que acontece na Venezuela bolivariana. Compra de refugo de guerra da Rússia. Financiamento das Farc.
E perseguição implacável a quem ouse fazer-lhe oposição.
A OEA e o falido Mercosul esquecem o povo venezuelano e apoiam o governo.
Mesmo os desvalidos ─ enganados por bolsas e atendidos por médicos cubanos ─ já não encontram sequer papel higiênico. E a moeda derrete como pedra de gelo ao sol.
A Venezuela é um alerta sobre onde podemos chegar. O Brasil ─ pelo que representou no passado e pelo que é hoje ─ é um desvario em mãos de desequilibrados.
Usa a Venezuela. Como o irmão mais novo, o caçula que é rebelde (sem nenhuma causa) e joga pedras nas vidraças dos vizinhos.
A Venezuela será uma Síria da América Latina? Apoiada por poucos países do mundo e agarrada ao poder por forças das baionetas?
É cedo para dizer. Mas o papel desempenhado pelo Brasil está claro. Afasta-nos dos conselhos da ONU e nos aproxima das reuniões da UNASUL.
O lulopetismo escolheu o caminho.
Nada de novo
25 de fevereiro de 2014
REYNALDO ROCHA
Exagerado nos trejeitos e nas ações demagógicas, Odorico sobreviveu, como os grandes personagens, ao autor.
Dias Gomes não teria o mesmo sucesso hoje. A realidade ultrapassa a ficção.
O que separa Odorico do venezuelano Nicolás Maduro? Os assassinatos. As milícias armadas que defendem com métodos mafiosos um regime baseado na farsa.
Se Odorico era uma sátira a tiranetes de direita, Maduro é tão real quanto os demais déspotas de esquerda. Mesmo que não saiba definir o que seja esquerda.
Eleito com uma vantagem inferior a 1% dos votos de diferença ─ num sistema em que o número de votos não determina o vencedor ─, representa a continuidade do chavismo. Agora sem Chávez, o ídolo venerado numa urna de cristal.
Quem ─ no mundo civilizado ─ poderia afirmar que o “império do mal” havia criado um “raio da morte” que causaria câncer nos adversários políticos? Quem troca petróleo por nada, como no caso de Cuba? E paga também com petróleo uma dívida infindável com a China?
Mais de 70% dos recursos venezuelanos são pagos em dólar, com o petróleo comprado pelos Estados Unidos.
Antecipação do Natal. Dia Nacional de adoração ao Supremo Comandante. Milícias populares armadas e consentidas. Invasões de residências. Nenhuma investigação. Domínio pleno do Judiciário e de 98% doLegislativo. Decretos com força de lei não submetidos ao crivo da Assembleia. Obrigatoriedade de vender produtos de luxo pela metade do preço pago pelos lojistas. Calotes em investidores.
Voos para o exterior em avião de luxo com familiares. Corrupção desenfreada. Coleção de carros de luxo, como o famoso Bentley. Um ex-motorista de ônibus que se recusa a demonstrar um mínimo de sanidade. Discursos bolorentos como se o mundo se importasse com o que acontece na Venezuela bolivariana. Compra de refugo de guerra da Rússia. Financiamento das Farc.
E perseguição implacável a quem ouse fazer-lhe oposição.
A OEA e o falido Mercosul esquecem o povo venezuelano e apoiam o governo.
Mesmo os desvalidos ─ enganados por bolsas e atendidos por médicos cubanos ─ já não encontram sequer papel higiênico. E a moeda derrete como pedra de gelo ao sol.
A Venezuela é um alerta sobre onde podemos chegar. O Brasil ─ pelo que representou no passado e pelo que é hoje ─ é um desvario em mãos de desequilibrados.
Usa a Venezuela. Como o irmão mais novo, o caçula que é rebelde (sem nenhuma causa) e joga pedras nas vidraças dos vizinhos.
A Venezuela será uma Síria da América Latina? Apoiada por poucos países do mundo e agarrada ao poder por forças das baionetas?
É cedo para dizer. Mas o papel desempenhado pelo Brasil está claro. Afasta-nos dos conselhos da ONU e nos aproxima das reuniões da UNASUL.
O lulopetismo escolheu o caminho.
Nada de novo
25 de fevereiro de 2014
REYNALDO ROCHA
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