O ministro da Fazenda acaba de anunciar cortes orçamentários de 44 bilhões de reais. E examina o aumento de impostos para indicar seu compromisso com a geração de superávit fiscal de 1,9% do produto interno bruto para pagamento dos juros da dívida pública. O presidente do Banco Central, por sua vez, continua elevando os juros na tentativa de reafirmar seu compromisso com as metas anuais de inflação.
A equipe econômica está mudando sua política. Antes que a presidente mudasse de equipe, ou que o país tenha de mudar de presidente. A política monetária hesitante e a política fiscal frouxa até então praticadas muito contribuíram para a formação de expectativas adversas. Subiram as previsões inflacionárias, as taxas de juros, os pedidos de reajuste salarial e a incerteza na economia, derrubando os investimentos, a taxa de crescimento e a criação de empregos.
O alinhamento de Dilma com o corte de gastos e a alta de juros em pleno ano eleitoral, bem como o maior compromisso de Mantega e Tombini com o cumprimento de metas fiscais e monetárias, certamente contribuem para o resfriamento das expectativas adversas. Mas, tão importante quanto a mudança de política econômica já ensaiada pelo Banco Central e agora anunciada pela Fazenda, é a credibilidade das autoridades quanto à sua implementação.
Um governo em início de mandato com o presidente e sua equipe econômica comprometidos com metas fiscais e monetárias reduziria dramaticamente a incerteza, alongando os horizontes de investimento, derrubando as expectativas de inflação, projetando trajetórias futuras de juros reais declinantes e estimulando a reaceleração econômica.
Estamos, ao contrário, em fim de mandato. A presidente e sua equipe não demonstraram grandes preocupações com tais metas nos anos anteriores. Os esforços recentes para a reestabilização da economia não são apreciados pelo próprio governo. São práticas transitórias e defensivas, apenas para evitar a impopularidade que viria com a disparada inflacionária e a desestabilização da economia. Mas são claramente passos na direção correta. O problema é que ano eleitoral, para a classe política, é o estouro da boiada. A disposição de controlar gastos anunciada pelo governo merece tanto mais apoio quanto maior nosso ceticismo.
A equipe econômica está mudando sua política. Antes que a presidente mudasse de equipe, ou que o país tenha de mudar de presidente. A política monetária hesitante e a política fiscal frouxa até então praticadas muito contribuíram para a formação de expectativas adversas. Subiram as previsões inflacionárias, as taxas de juros, os pedidos de reajuste salarial e a incerteza na economia, derrubando os investimentos, a taxa de crescimento e a criação de empregos.
O alinhamento de Dilma com o corte de gastos e a alta de juros em pleno ano eleitoral, bem como o maior compromisso de Mantega e Tombini com o cumprimento de metas fiscais e monetárias, certamente contribuem para o resfriamento das expectativas adversas. Mas, tão importante quanto a mudança de política econômica já ensaiada pelo Banco Central e agora anunciada pela Fazenda, é a credibilidade das autoridades quanto à sua implementação.
Um governo em início de mandato com o presidente e sua equipe econômica comprometidos com metas fiscais e monetárias reduziria dramaticamente a incerteza, alongando os horizontes de investimento, derrubando as expectativas de inflação, projetando trajetórias futuras de juros reais declinantes e estimulando a reaceleração econômica.
Estamos, ao contrário, em fim de mandato. A presidente e sua equipe não demonstraram grandes preocupações com tais metas nos anos anteriores. Os esforços recentes para a reestabilização da economia não são apreciados pelo próprio governo. São práticas transitórias e defensivas, apenas para evitar a impopularidade que viria com a disparada inflacionária e a desestabilização da economia. Mas são claramente passos na direção correta. O problema é que ano eleitoral, para a classe política, é o estouro da boiada. A disposição de controlar gastos anunciada pelo governo merece tanto mais apoio quanto maior nosso ceticismo.
25 de fevereiro de 2014
Paulo Guedes, O Globo
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