O que pode ser pior institucionalmente? Um ministro da mais alta corte do País, que perde tempo fazendo elogios à questionável honestidade de um réu condenado no Mensalão? Ou um Congresso que sempre se mostra corporativo para acobertar a corrupção, fazendo o teatrinho tétrico de não cassar o mandato de um deputado federal que virou presidiário depois que o Supremo Tribunal Federal o condenou por formação de quadrilha e peculato?
O Brasil tem mais outras perguntas sem resposta imediata... Quanto ganha o governo petista ao conceder o asilo político ao senador Pinto Molina – processado na Bolívia por corrupção? Por que motivo continua em segredo de Justiça, com elevados ares de impunidade, o processo que investiga denúncias de corrupção praticadas por Rosemary Noronha – melhor amiga do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva e ex-chefe do escritório paulista da Presidência da República?
Calma, tem mais questões irrespondidas, agora na economia em “crise mínima” (segundo o ministro da Fazenda Guido Mantega). Por que o Governo brasileiro resolveu censurar o Fundo Monetário Internacional, impedindo-o de divulgar o chamado “Artigo IV” – um relatório anual completo com os dados da economia brasileira fornecidos oficialmente? Por que o País só sabe combater a tal da “inflação” (na verdade, aumento abusivo de preços e tarifas) manipulando a taxa de câmbio e subindo os juros reais – que só geram lucros para a especulação financeira?
Todos esses motivos – e muitos mais, numa lista que cabe em um imenso catálogo telefônico – contribuem para o descrédito internacional do Brasil. Dá para acreditar em um País com tanta coisa errada? O que consegue ser pior: incompetências gerenciais no setor público e privado, corrupção sistêmica e desenfreada, Justiça lenta e ineficiente, economia capimunista, política egocêntrica e povo que (majoritariamente) prefere assistir a tudo de errado de forma passiva e bestificada?
Mais fácil é acreditar no parlamentar-presidiário Natan Donadon... Ele garantiu ontem que não é ladrão e que nunca roubou um centavo... Por tamanha sinceridade, merece continuar empregado como deputado federal, recebendo o polpudo salário, enquanto puxa cadeia na Penitenciária da Papuda (que deve abrigar presos menos perigosos que muitos políticos)...
O falido e imoral esquema institucional brasileiro tem sempre um jeitinho para acobertar as safadezas. Donadon não poderá mais cumprir as funções de parlamentar, embora não tenha perdido o mandato ontem, por falta de 24 votos para a cassação no plenário da Câmara. Enquanto estiver impedido, será substituído pelo suplente...
Ontem, quem saiu algemado, dentro de um camburão, rumo ao presídio, não foi o deputado-presidiário. Cada brasileiro honesto - que estuda, produz, e trabalha – é que deve ter se sentido um Presidiário Emérito do Governo do Crime Organizado que inviabiliza uma Nação com tudo para ser rica, desenvolvida e próspera.
E Donadon ainda se ajoelhou e agradeceu a Deus... Pena que o coitado Pai Celestial nem possa pedir asilo à Bolívia para dar um troco simbólico na agressão sofrida pelo seu fiel seguidor, que só faltou chama-lo de sócio nas operações...
O Diabo só não está achando graça de tudo, porque tirou licença médica para cuidar da reeleição – que anda mais ameaçada que nunca neste nosso Inferno aqui da Terra...
Com Pena de quem?
Se o Ministro Luiz Roberto Barroso lamenta condenar o Genoíno, a gente lamenta muito mais...
“Eu lamento condenar alguém que lutou contra a ditadura quando isso implicava grandes riscos, alguém que participou da Constituição democrática do país e que é um homem que, segundo todas as fontes confiáveis, leva vida modesta e jamais lucrou com a vida política”.
Ajoelhou, tem que rezar...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
30 de agosto de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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