Há algo de podre na política americana
Um livro sobre os picaretas e parasitas que formam o 'establishment' político de Washington
O novo livro “THIS TOWN” (Esta cidade, não lançado no Brasil) pode ser o mais impiedoso exame da classe política dos Estados Unidos instalada em Washington, DC, também conhecido como “a gangue dos 500”, que já foi feito. Com um toque irônico, Mark Leibovich, jornalista da New York Times Magazine, relata o trabalho espalhafatoso dos insiders e dos aspirantes a insiders de Washington. Ele se abstém de apresentar grandes ideias sobre o que está errado com a política americana e como ela pode ser consertada. Mas é impossível ler este livro sem concluir que algo deve ser feito.
Washington sempre teve um establishment permanente de políticos, lobistas e jornalistas. Mas esta classe explodiu em tamanho nas décadas recentes e se tornou mais introspectiva e autobajuladora. A mídia informativa produziu uma hidra de cabeças falantes que estão sempre gritando umas com as outras (debate) ou pontuando sobre quem está por cima e quem está por baixo (análise).
O setor do lobby gastou milhões lubrificando a porta giratória: apenas em 2009, os lobistas gastaram 3,47 bilhões de dólares para influenciar o governo federal. Em 1974, 3% dos legisladores aposentados se tornaram lobistas. Hoje, 50% dos senadores e 42% dos deputados o são. E a internet possibilitou que uma horda de jornalistas jovens ganhe a vida traficando bisbilhotices para os políticos, o que fornece constantes coberturas cafeinadas da cidade, ou para dúzias de outros sites que negociam fofocas políticas.
A enorme expansão desta cidade coincidiu com a fusão da cultura da política e das celebridades. As pessoas em Washington hoje constroem suas marcas com um afinco que rivaliza com a Coca-Cola. E a mídia da cidade trata os figurões da política como se fossem astros do cinema. Leibovich observa as falhas de Washington de maneira brilhante. Ele foge da influência que estraga tantas tiradas políticas, concluindo que as falhas da cidade são rigorosamente bipartidárias.
30 de agosto de 2013Fontes: The Economist-Something rotten
Washington sempre teve um establishment permanente de políticos, lobistas e jornalistas. Mas esta classe explodiu em tamanho nas décadas recentes e se tornou mais introspectiva e autobajuladora. A mídia informativa produziu uma hidra de cabeças falantes que estão sempre gritando umas com as outras (debate) ou pontuando sobre quem está por cima e quem está por baixo (análise).
O setor do lobby gastou milhões lubrificando a porta giratória: apenas em 2009, os lobistas gastaram 3,47 bilhões de dólares para influenciar o governo federal. Em 1974, 3% dos legisladores aposentados se tornaram lobistas. Hoje, 50% dos senadores e 42% dos deputados o são. E a internet possibilitou que uma horda de jornalistas jovens ganhe a vida traficando bisbilhotices para os políticos, o que fornece constantes coberturas cafeinadas da cidade, ou para dúzias de outros sites que negociam fofocas políticas.
A enorme expansão desta cidade coincidiu com a fusão da cultura da política e das celebridades. As pessoas em Washington hoje constroem suas marcas com um afinco que rivaliza com a Coca-Cola. E a mídia da cidade trata os figurões da política como se fossem astros do cinema. Leibovich observa as falhas de Washington de maneira brilhante. Ele foge da influência que estraga tantas tiradas políticas, concluindo que as falhas da cidade são rigorosamente bipartidárias.
30 de agosto de 2013Fontes: The Economist-Something rotten
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