Os meu amigos talvez tenham estranhado o silêncio, a ausência de matérias postadas, durante esse início de ano. Creio que precisamos respirar ares menos fétidos, que transpiram desse noticiario político cotidiano, essa interminável lamentação de uma política medíocre, em que se debatem essas farsas de direita, esquerda, centrão, centro disso, centro daquilo... uma guerra para assumir o controle, o poder, o centro das decisões, em que se ditam as regras para continuar esse descaminho, com as mesmas figurinhas, que apenas usufrem absurdas mordomias. Se vistas em algum país, por favor, me informem.
Monteiro Lobato dizia, há muitos anos atrás, que o mal do Brasil eram as saúvas. Hoje temos uma nova espécie de saúva, que destrói, arrasa, corrompe, não apenas o campo, mas um país inteiro.
Esse é o novo câncer que assola o nosso pobre país... Talvez 'novo' seja um exagêro, pois que nossa história registra a presença das saúvas, já faz muito tempo!
Vivemos, ainda, aquela condição que o escritor S. Zweig, denominou "país do futuro"...
(Brasil, País do Futuro (Brasilien: Ein Land der Zukunft), é o título em português da obra do autor judeu-austríaco Stefan Zweig, que no final da metade do século XX se radicou na cidade fluminense de Petrópolis, fugindo do nazismo.
Segundo seu principal biógrafo, Alberto Dines, a obra constitui-se em "caso único de livro convertido em epíteto nacional"; foi recebida fora do país como uma revelação, mas também com incompreensão.[1] Dines publicou, ainda, um histórico do próprio livro, intitulado "Stefan Zweig no país do futuro – a biografia de um livro".) (Wikipédia)
O temor é que diante da sanha voraz das saúvas, esse futuro nunca chegue! Que continuemos assistindo esse triste espetáculo da corrupção!
Há momentos, em que precisamos nos desligar desse "mimimi" de cronistas e comentaristas políticos, que se repetem em denúncias, que alimentam um noticiário escabroso de desmandos e fraudes, de desmonte das instituições, até mesmo da própria Constituição, que já virou letra morta, sem eficácia para impor limites ao desrespeito dos direitos civis, dos direitos de cidadania, sem mais autoridade para limitar o arbítrio e o autoritarismo.
Mas a denúncia é importante! diria alguém, ou muitos 'alguéns'!
Será que a denúncia, pura e simplesmente, é tão importante assim, se não há respostas imediatas, punindo, ou coibindo a incidência? Será que a denúncia simplesmente, que apenas alimenta notíciários, não termina por ser coadjuvante da inércia dos poderes e da construção de uma injustiça crônica? Será que a denúncia, com o tempo, não termina por consolidar a corrupção, tornando-a um fato banal, que já faz parte da "política", criando a imagem da "banalidade", e que termina assimilada pela sociedade como um "aspecto da política"? Quem não se lembra "do rouba, mas faz??"
Pois é... Enquanto as saúva agem, não tão silenciosamente e sob o manto do poder, o cidadão fica entregue ao "futuro"... E gerações são condenadas a verem o espetáculo do desenvolvimento nos demais países, e sonharem em 'tirar a poeira das sandálias' e migrarem para o "sonho do futuro" em terras estrangeiras!
Brasil, país do futuro...
08 de janeiro de 2025
prof. mario moura
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