O advogado de defesa da ex-presidente Dilma Roussef, Flávio Caetano, afirmou nesta terça-feira, em nota, que as doações da Andrade Gutierrez para a campanha foram legais e que Otávio Azevedo, ex-presidente da holding do grupo, reconheceu em depoimento prestado na segunda-feira, em São Paulo, que as “doações feitas pela Andrade Gutierrez à campanha de Dilma-Temer tiveram origem legal e provieram do mesmo caixa financeiro das doações feitas à campanha de Aécio Neves”, do PSDB.
DOAÇÕES ESPONTÂNEAS – A nota do advogado afirma ainda que todas as doações foram feitas de forma espontânea e voluntária e que é mentirosa e inverídica qualquer “ilação em contrário” envolvendo a conduta dos coordenadores de campanha Edinho Silva e Giles Azevedo.
Otávio Azevedo afirmou no depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral que, em razão das pressões das quais diz ter sido alvo e do risco de perder contratos com o governo federal, a empresa doou oficialmente R$ 20 milhões à chapa Dilma-Temer na eleição de 2014, em vez dos R$ 10 milhões que havia programado doar inicialmente.
PARCELA DE PROPINA – As declarações foram dadas ao ministro Herman Benjamin, relator do processo relativo à prestação de contas da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente, Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ao ministro do TSE, Azevedo afirmou que pelo menos R$ 1,5 milhão declarado pela prestação de contas da campanha do PT é de parcela de propina paga ao partido pela obra da usina de Belo Monte.
As informações foram publicadas no blog de Cristiana Lôbo, no site G1. Azevedo disse também ter doado ao PMDB, mas por decisão própria, e não por pressão. Procurada na manhã desta terça-feira, a defesa de Otávio Azevedo disse que não comentará as declarações.
21 de setembro de 2016
Cleide Carvalho e Jaqueline Falcão
O Globo
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