"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O FASCÍNIO DO FARSANTE

O farsante tem características bem parecidas um com o outro quando pego com a mão na botija. É inteligente, fascina, tem desenvoltura ao se expressar e por isso mesmo atrai com facilidade o encantamento popular. Se for político, então, com certeza é um bom puxador de votos, graças à ardilosa eloquência.

Como também é próprio do DNA, o cinismo, deboche e ar de superioridade quando descoberto na prática de atos pouco recomendáveis. Se lhe apertarem o cerco, derrete-se em lágrimas e soluços, assume postura de vítima perseguida e transfere a culpa dos seus pecados para os outros.

Quem não se lembra do choro copioso de ex-deputado Eduardo Cunha depois de caçado o seu mandato por um grande exército de mercenários?!

Pessoas possuídas dessa síndrome, segundo explica a psiquiatria, revelam um comportamento alienado, agem estupidamente, causam desconfortos em seu ambiente social, geram estresse para a vida dos seus semelhantes, apesar da natural capacidade de liderança.

Acuadas, iludem a si próprias, revelam sentimento agressivo e um ar arrogante julgando-se acima de tudo e todos. Dependendo das circunstâncias viram jararacas prometendo derramar veneno no calcanhar dos seus perseguidores.

Ou se fazem de vítimas, tentam vender a imagem de coitadinhas atormentadas pelas elites, apelam para a emoção ao rebuscar suas origens de pobreza, que, por vezes não tinham sequer uma bolacha seca para comerem.

No desespero, compara-se a Jesus Cristo, “o único no universo tão honesto, quanto ele”, o farsante.

Arma-se da velha tática dos corruptos acusados por falcatruas: “a melhor defesa é o ataque”.

No desespero, convoca os fanáticos aliados e estimula a baderna na rua para depredar, destruir, intimidar; prática comum dos velhos e vencidos líderes populares.

Em situação clara e indefensável ante o rolo compressor de provas e indícios dos embrulhos, o farsante perde a compostura. Ridiculariza, debocha e ironiza os acusadores. Esbraveja espumando ódio, xinga e humilha a justiça que investiga sua história marginal de incentivo ao roubo e propinas: “enfiem no... este processo”.

Mas, como diz o velho adágio popular: “a mentira tem pernas curtas!”. O fascínio do farsante tem prazo de vencimento para derreter e sucumbir no seu próprio mar de lama.

O Brasil foi traído, o mundo enganado. O cara é uma grande e bem construída farsa.



21 de setembro de 2016
Aloisio Alves

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