No 14.º episódio de nosso podcast, o Guten Morgen, analisamos o cenário da esquerda no Brasil pós-impeachment e provável prisão de Lula.
Guten Morgen, Brasilien! Com a prisão de Lula mudando de uma possibilidade para uma certeza cada vez mais clara, só faltando marcar a data, o apelo da esquerda no Brasil sofreu uma mudança radical, e todo o discurso, os símbolos, a narrativa, os valores e até as cores da esquerda tiveram de sofrer uma mudança urgente – quando não um verdadeiro disfarce para não ser associado a coisas que o povo detesta.
Para entender como ficará o futuro do Brasil após dois eventos tão grandiloquentes, o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula, verdadeiros símbolos do descrédito e da falha total da ideologia esquerdista e do projeto de poder completo do grande partido que a carrega, o PT, é preciso antes traçar o cenário atual e como chegamos a ele.
Podemos dizer que as manifestações que tomaram as ruas pelo impeachment, fazendo pressão social a uma peça jurídica cabal de nossa colunista Janaína Paschoal, ensejaram o fim do PT por três motivos: a técnica, o desejo da população (visto que o impeachment é um processo jurídico-político) e o simbólico – com uma estaca ainda mais forte no peito com Lula se tornando réu na Lava Jato.
Podemos entender o Brasil de 2015 para cá, então, quase como um rebote de junho de 2013: se as primeiras manifestações queriam todo poder ao Estado, iniciando com a pauta dos 20 centavos, para depois incutir a narrativa vitimista da esquerda (“é por direitos! é contra a PM fascista!”), as manifestações de 2015 e 2016 foram praticamente o seu inverso.
O PT de Lula e Dilma não perderam apenas o monopólio das ruas: os verdadeiros protestos do país têm justamente o PT, Lula e Dilma como alvos.
O maior teórico das manifestações de esquerda, o comunista italiano Antonio Negri, acredita justamente que será pelas ruas que o comunismo irá surgir: não mais pela revolução do modelo marxista-leninista (ou stalinista), nem pela via do Partido, como no modelo de Gramsci: será pela mentalidade que toma o espaço público com um objetivo único, confundindo sociedade e comunidade, imiscuindo-as numa só, tal como Marx acreditava poder fazer com Estado e sociedade.
Não é apenas quando as pessoas vão para as ruas que há um movimento político em curso: a mudança se dá no vocabulário, nos valores, nas preocupações, na mentalidade como um todo.
O maior teórico das manifestações de esquerda, o comunista italiano Antonio Negri, acredita justamente que será pelas ruas que o comunismo irá surgir: não mais pela revolução do modelo marxista-leninista (ou stalinista), nem pela via do Partido, como no modelo de Gramsci: será pela mentalidade que toma o espaço público com um objetivo único, confundindo sociedade e comunidade, imiscuindo-as numa só, tal como Marx acreditava poder fazer com Estado e sociedade.
Não é apenas quando as pessoas vão para as ruas que há um movimento político em curso: a mudança se dá no vocabulário, nos valores, nas preocupações, na mentalidade como um todo.
Houve alguma mudança gigantesca, sobretudo na esquerda, de 2013 para cá? Analisando como era a esquerda do Lula socialista e a esquerda pós-impeachment, parece estar tudo do avesso.
Todos sabem e a sentem no ar, mas poucos conseguem perceber as mudanças de cenário para conseguir traçar perspectivas para o futuro.
Todos sabem e a sentem no ar, mas poucos conseguem perceber as mudanças de cenário para conseguir traçar perspectivas para o futuro.
É isso que analisaremos neste Guten Morgen, o podcast do Senso Incomum.
A produção é de Filipe Trielli, no estúdio Panela Produtora.
Guten Morgen!
20 de setembro de 2016
flavio morgenstern, senso incomum
A produção é de Filipe Trielli, no estúdio Panela Produtora.
Guten Morgen!
20 de setembro de 2016
flavio morgenstern, senso incomum
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