Ao saber nesta segunda-feira, 19, que o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, minimizou, em Nova York, as acusações contra ele, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou ao ataque. Cunha disse que operações irregulares feitas com recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) têm “os dez dedos” do homem forte do presidente Michel Temer.
“O avanço das investigações e a divulgação de novos fatos poderão corroborar a suspeição por mim levantada”, insistiu o peemedebista. Cunha disse que o financiamento das obras de Porto Maravilha – projeto de revitalização da área portuária do Rio, alvo de denúncias de corrupção – foi montado por Moreira Franco.
O secretário executivo do PPI ocupou a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa de 2007 a 2010, antes de Fábio Cleto, que denunciou Cunha ao fazer delação premiada. O empresário Ricardo Pernambuco, da Carioca Engenharia, também afirmou à Procuradoria Geral da República, no âmbito da Lava Jato, que Cunha cobrou propina de R$ 52 milhões em troca da liberação de verba do FI-FGTS para o Porto Maravilha.
ACUSAÇÃO SURREAL – Ex-presidente da Câmara, o deputado cassado classificou como “surreal” a acusação. “Quem comandava e ainda comanda o FI chama-se Moreira Franco. E lá tem muitos financiamentos concedidos que foram perdas da Caixa”, declarou Cunha, em entrevista ao Estado publicada no domingo, 18. Ele citou desvios na Rede Energia e Nova Cibe, que, pelos seus cálculos, causaram prejuízos da ordem de R$ 1 bilhão.
O deputado cassado disse que Moreira Franco sempre despachou no prédio da Caixa quando estava no Rio, mesmo na época em que era ministro da Aviação Civil do governo Dilma Rousseff.
21 de setembro de 2016
Vera Rosa
Estadão
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