ARTIGOS - GOVERNO DO PT
No dia 27 de fevereiro de 2015, debati com a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL, Porto Alegre), no programa Ciranda da Cidade, apresentado pelo Diego Casagrande, na Rádio Bandeirantes AM 640. Nessa oportunidade, expliquei como funciona o papel de linha auxiliar que o PSOL desempenha em relação ao PT, e o fiz apoiado em anotações minhas.
A vereadora, acostumada a repetir os mesmos clichês esquerdistas de sempre, a papagaiar os mesmos discursos que todo esquerdista profere em mesas de bar, em jantares de família e em assembléias estudantis, estranhou que alguém se preparasse para um debate e desdenhou de minha fala. Pois me comprometi com disponibilizar, na íntegra, o texto de apoio à minha fala.
Ei-lo; com acréscimos e edições de imagem importantes.
Ei-lo; com acréscimos e edições de imagem importantes.
Já nos primeiros dias de 2015 e de novo Governo Dilma, Marta Suplicy [1] repetiu Olívio Dutra [2], Eduardo Suplicy [3] e outros petistas ilustres: fez duras críticas ao PT. Nossa reação primeira é de entender isso como um bom sinal; sinal de que inclusive os petistas estão percebendo os problemas desse governo.
Por outro lado, mais recentemente, o PSOL se comprometeu publicamente a não lutar pelo impeachment do governo mais corrupto que o Brasil já teve.
As críticas de petistas a seu governo e o apoio da extrema-esquerda à mesma gestão têm muito em comum. Nesse contexto, críticas e apoio andam juntas; e revelam uma tática de dois focos, típica na esquerda mundial desde a Revolução Russa.
Após chegar ao poder, a esquerda começa a dividir-se, a fim de multiplicar-se, tal qual as células de um câncer – que é, afinal, o que é o socialismo, metafórica e (Por que não?) factualmente. Divide-se para conquistar, pois, com isso, a esquerda cria ao mesmo tempo uma oposição de faz-de-conta (a chamada linha auxiliar [4]) e ainda reserva um grupo imaculado para os casos emergenciais.
Então, em primeiro lugar, temos o teatro, o faz-de-conta.
Ao dividir-se, a esquerda acaba por expandir-se. Militantes constrangidos com os pragmatismos dos companheiros que estão no poder se unem em outros grupos e partidos, ficando à vontade para posar de puras donzelas, enquanto, na verdade, fazem um jogo duplo.
Essa suposta oposição, em primeiro lugar pode levantar as bandeiras mais radicais, preparando o terreno e a opinião pública para a ação legislativa e executiva dos companheiros que governam (que não poderiam, eles mesmos, sustentar tais posições, sob pena de perder os parceiros fisiológicos). Em segundo lugar, quando a situação começa a ficar insustentável, essa “oposição à esquerda” apresenta-se como “oposição responsável”, contrapondo-se aos “golpistas” e “reacionários”.
É precisamente esse o papel do PSOL e mesmo de setores ideológicos de partidos como PSDB, do PSB e do PPS. O PSOL é um importante ator nesse teatro. Boa parte de seus militantes não sabe e seus quadros importantes (como a vereadora Fernanda Melchionna) dirão que isso não é verdade, mas basta olhar para a história da esquerda para ver que isso é verdade.
É precisamente esse o papel do PSOL e mesmo de setores ideológicos de partidos como PSDB, do PSB e do PPS. O PSOL é um importante ator nesse teatro. Boa parte de seus militantes não sabe e seus quadros importantes (como a vereadora Fernanda Melchionna) dirão que isso não é verdade, mas basta olhar para a história da esquerda para ver que isso é verdade.
Aliás, basta olhar para os votos dos deputados do PSOL em casos capitais, como o do calote de Dilma, aprovado no fim de 2014, para perceber que esse partido não passa de linha auxiliar do PT. Aliás, proponho que o PSOL passe a chamar-se PSOLA: Partido Somos Linha Auxiliar.
Esses dias mesmo, a cúpula do PSOL convocou a imprensa para mais um ato de sua peça, com o ator principal, oBBB Jean Wyllys, dizendo que o partido faria “oposição à esquerda”, de forma responsável.
Esses dias mesmo, a cúpula do PSOL convocou a imprensa para mais um ato de sua peça, com o ator principal, oBBB Jean Wyllys, dizendo que o partido faria “oposição à esquerda”, de forma responsável.
Ora, contem outra! Quem conhece o PSOL sabe que responsabilidade lhe é tão escassa quanto o papel higiênico é escasso na Venezuela. Não nos esqueçamos da invasão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em 2013, quando proto-terroristas do Bloco de Lutas, de forma absolutamente truculenta, vandalizaram tudo que puderam na casa parlamentar, gerando grande prejuízo aos cofres públicos (e, por conseguinte, aos porto-alegrenses pagadores de impostos).
Mascarados, como manda a cartilha da bandidagem, agrediram autoridades, picharam e vandalizaram gabinetes e o plenário, investiram contra símbolos religiosos, usaram drogas e fizeram orgias sexuais. Tudo conforme levantamento posterior da administração. E tudo isso com apoio PSOL. É essa a oposição responsável de que falam Jean Wyllys e sua trupe? A verdade é que agem de forma supostamente responsável quando não está no poder o astro do qual são meros satélites.
(fonte: blog do Aluizio Amorim)
A questão fundamental, a base dessas estratégias, é o fato de que o esquerdismo tende ao totalitarismo; e o socialismo é totalitário. Ou seja, é da essência da esquerda trabalhar para ocupar todos os espaços.
Então, para simular a existência de uma oposição, brigam entre si, rompem e criam novos partidos. E, nesse processo, são bastante criativos, chegando ao ponto de criar o partido-oxímoro, chamado Socialismo E Liberdade, algo tão possível quanto um quadrado redondo.
Mas essa estratégia também serve de, digamos, vacina.
Essa tática, chamada por Stálin de “estratégia das tesouras”, serve também às situações extremas. Vacinam-se do mal futuro antes mesmo de fazê-lo. Seria algo como: “Em caso de emergência, se tudo der errado, acione aquela suposta oposição.”
Mas essa estratégia também serve de, digamos, vacina.
Essa tática, chamada por Stálin de “estratégia das tesouras”, serve também às situações extremas. Vacinam-se do mal futuro antes mesmo de fazê-lo. Seria algo como: “Em caso de emergência, se tudo der errado, acione aquela suposta oposição.”
E bem sabemos que com a esquerda, cedo ou tarde, tudo dá errado, pois o socialismo só dura até acabar o dinheiro dos outros. Não há produção de riquezas na esquerda, apenas uma suposta distribuição, mas que é, na verdade, uma apropriação indevida do Estado totalitário sobre os bens dos trabalhadores – seja com desapropriação de terras, seja com tomada de imóveis urbanos ou, ainda, com impostos progressivos. O problema maior é que depois de um tempo sacando do fundo de riquezas produzidas por outrem, a brincadeira termina. Bem o sabem russos, cubanos, cambojanos, venezuelanos e mesmo os europeus estatistas.
Então, quando tudo dá errado, esquerdistas de todo o mundo se unem (finalmente!), escolhem um bode expiatório, colocam toda a culpa nele e partem para a próxima. Foi o que fizeram com o próprio Josef Stálin. Quando ficou impossível de esconder do mundo todo suas atrocidades, incluindo os mais de 50 milhões de assassinatos cometidos em nome da revolução socialista, a esquerda mundial se uniu para colocar a culpa em Stálin, como se fosse possível uma única pessoa fazer tanto mal sozinha.
Então, quando tudo dá errado, esquerdistas de todo o mundo se unem (finalmente!), escolhem um bode expiatório, colocam toda a culpa nele e partem para a próxima. Foi o que fizeram com o próprio Josef Stálin. Quando ficou impossível de esconder do mundo todo suas atrocidades, incluindo os mais de 50 milhões de assassinatos cometidos em nome da revolução socialista, a esquerda mundial se uniu para colocar a culpa em Stálin, como se fosse possível uma única pessoa fazer tanto mal sozinha.
A verdade é que o antigo amigo de Hitler contou com uma imensa rede de agentes, militantes e burocratas dispostos a calar qualquer oposição, dispostos a matar dezenas de milhões de pessoas em nome da revolução. Quando tudo deu errado, com sua covardia típica, os socialistas esperaram Stálin morrer, colocaram a culpa nele e retomaram a pose de salvadores do mundo.
É isso. Marta Suplicy, Olívio Dutra, boa parte do PT e todo o PSOL são nossos Kruchevs. Quando o projeto petista nafraugar – e nafraugará, evidentemente – jogarão Dilma Rousseff aos lobos, farão de conta que não têm nada a ver com o negócio e colocar-se-ão à disposição do povo: “Tá bom, tá bom, nós salvaremos vocês.”
É isso. Marta Suplicy, Olívio Dutra, boa parte do PT e todo o PSOL são nossos Kruchevs. Quando o projeto petista nafraugar – e nafraugará, evidentemente – jogarão Dilma Rousseff aos lobos, farão de conta que não têm nada a ver com o negócio e colocar-se-ão à disposição do povo: “Tá bom, tá bom, nós salvaremos vocês.”
10 de março de 2015
COLOMBO MENDES
Notas:
[2] http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/12/pt-caiu-na-vala-comum-dos-demais-partidos-avalia-olivio-dutra-4656630.html
[4] Ainda que a expressão já fizesse parte do imaginário brasileiro (por evidente que é), quem o registrou perante o grande público nacional foi Aécio Neves, durante debate dos presidenciáveis, em setembro de 2014. Aécio foi o primeiro candidato de oposição com chances de derrotar o PT, desde 2002, a portar-se como um verdadeiro representante da insatisfação nacional. Tanto que denunciou a estratégia das tesouras petista, da qual participa o PSOL; em resposta, ouviu de Luciana Genro, candidata do partido do BBB Jean Wyllys uma contraposição típica do partido mais infanto-juvenil do Brasil: “Linha auxiliar do PT, uma ova!”
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