"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de março de 2015

EX-GERENTE BARUSCO CONFIRMA QUE VACCARI, DO PT, LEVOU R$ 200 MILHÕES



CPI da Petrobras ouve ex-diretor da estatal Pedro Barusco, no Congresso Nacional, em Brasília (DF), nesta terça-feira
Barusco confirma na CPI as acusações ao tesoureiro do PT
O ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira (10) que se reunia com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para discutir o repasse ao PT de propinas pagas à estatal, mas se negou a dar detalhes sobre o recebimento de propina durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso alegando estar sob investigação.
Primeiro depoimento da CPI, Barusco frustrou as expectativas do PT de obter detalhes de irregularidades durante a gestão tucana e pouco avançou nas informações já dadas em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga os desvios na Petrobras.
Ele disse que começou a receber propina de forma “institucionalizada” a partir de 2003 ou 2004, já sob gestão petista, quando assumiu o cargo de gerente executivo de Engenharia. No caso das propinas que começaram a ser pagas a ele entre 1997 e 1998, informou que foi uma “iniciativa pessoal minha”.
De acordo com as investigações da Lava Jato, a propina era paga por um cartel de empreiteiras para garantir a obtenção de contratos com a estatal. Parte ficava com funcionários da Petrobras e parte era repassada a partidos.
INVESTIGAÇÃO
Questionado pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ) se outros também recebiam propina na época da gestão tucana, Barusco evitou responder. “Sobre essa questão, existe uma investigação em curso, eu sou investigado. Essa é uma parte que eu vou me ater ao depoimento [na delação premiada]. Não vou aprofundar, porque está ocorrendo uma investigação”. Ele não explicou quem está fazendo essa investigação.
Em relação aos repasses para o PT, repetiu que o partido recebia um percentual da propina paga por empresas à diretoria de Serviços. Afirmou que não sabia se esses recursos eram dados para políticos, citando apenas o tesoureiro Vaccari. “Eu realmente sentava com ele, discutia, (…) mas eu não me envolvia com essa parte, se o dinheiro era para ele, pro partido. O rótulo era PT.”
Os encontros ocorriam principalmente nos hotéis Meliá, em São Paulo, e Windsor, no Rio – mesmos locais onde o ex-diretor Renato Duque e Vaccari se encontravam, conforme relatado pelos dois à Polícia Federal.
VACCARI, O RESPONSÁVEL
Segundo ele, esse assunto era “sempre combinado” com Vaccari. “Isso cabia ao João Vaccari gerenciar. Ele que era responsável. Não sei como ele recebia, para quem ele distribuía, se era oficial, extra-oficial. Cabia a ele naquele percentual uma parte”.
Barusco também fez questão de fazer um esclarecimento de como fez a estimativa de que o PT recebeu até US$ 200 milhões em propina: era o dobro do que ele próprio havia recebido.
“Como ao PT, na divisão da propina, cabia receber o dobro ou um pouco mais, eu estimava que ele [Vaccari] poderia ter recebido o dobro. Se eu recebi, porque os outros não teriam recebido?”, afirmou, provocando risos aos integrantes da CPI.
E DELÚBIO?
Vaccari assumiu as finanças do PT em 2010. Questionado se teve contato com o antigo tesoureiro Delúbio Soares, que cuidava das finanças do partido na época do mensalão, Barusco respondeu negativamente. Também disse que teve poucos contatos e somente em eventos sociais com o ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão.
Apesar da defesa de Barusco ter pedido que a sessão fosse fechada, houve uma negociação e sua advogada, Beatriz Catta Preta, concordou que fosse aberta, desde que não lhe fizessem perguntas de ordem pessoal.
O tesoureiro do PT João Vaccari Neto nega o recebimento de propinas em contratos da Petrobras.
Sobre a delação premiada de Barusco, o PT já havia afirmado em nota que todas as doações recebidas são legais.
10 de março de 2015
Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas e Márcio Falcão
Folha

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