"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de março de 2015

DIA 15 DO IMPEACHMENT

GRUPOS CONTRA DILMA FARÃO MANIFESTAÇÕES EM MAIS DE 200 CIDADES



Veja as principais cidades onde haverá protestos contra Dilma














Eles mandaram às favas o medo do estigma de golpistas. Ou promoverão o maior ato contra a presidente Dilma Rousseff desde a reeleição, ou irão personalizar o fiasco de uma manifestação que se pretende grande o suficiente para chacoalhar o já debilitado quadro político nacional.
No dia 15, jovens adeptos da cartilha liberal, empresários que pregam enxugamento radical do Estado e até defensores da intervenção militar prometem marchar juntos em mais de 200 cidades.
Eles fazem questão de salientar suas diferenças. “Os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás”, diz Renan Santos, 31, do MBL (Movimento Brasil Livre). “Eles vão pro protesto sem pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar.”
O MBL quer impeachment mesmo que isso signifique o vice, Michel Temer, ou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (ambos do PMDB), na Presidência. “O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário”, diz Kim Kataguiri, 19.
SEM APOIO DO PSDB
A tese de uma ligação com o PSDB incomoda o Vem Pra Rua, com 200 mil seguidores no Facebook. O núcleo são cerca de 20 pessoas, a maioria empresários que prefere o anonimato. O rosto público é Rogério Chequer, 46, sócio de uma agência de palestras.
“Não recebemos dinheiro e nem material de partido”, ressalta. A ideia de vinculação com tucanos começou a ganhar força na eleição, quando o grupo fez passeatas por Aécio Neves. “Não defendíamos o Aécio, mas o não voto na Dilma”, diz Chequer.
Para o Vem Pra Rua ainda não há base jurídica para impeachment. Ainda assim, o grupo engrossa o chamado ao dia 15. Alega que a pressão é importante para que as apurações sobre a Petrobras, por exemplo, prossigam.
SEM MILITARISMO
Em outros protestos, o Vem Pra Rua se mobilizou para expulsar grupos que defendem a intervenção militar. “Dessa vez vai ser tão grande que será impossível”, diz Chequer.
Grupos que defendem a tomada do poder pelos militares têm participado dos protestos contra Dilma. No Rio, por exemplo, o que se autodenomina Legalistas tem feito convocações. “A coisa está indo por um caminho que não vejo outra saída”, diz o sargento da reserva da Aeronáutica Tôni Oliveira, 58.
A equiparação com intervencionistas irrita o Vem Pra Rua e o MBL. Eles criticam a imprensa e dizem que ela faz questão de jogar todo mundo no mesmo balaio.
10 de março de 2015
Daniela Lima, Patrícia Campos Mello e Lucas Vettorazzo
Folha

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