Tropas pró-Rússia tomaram nesta segunda-feira o controle de um terminal de balsas que liga a Ucrânia com a Rússia em Kerch no leste da Crimeia intensificando os temores de que Moscou vai enviar ainda mais tropas para a região estratégica do Mar Negro.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, pediu ao Ocidente apoio político e econômico e disse que a Crimeia vai continuar a ser parte do país, mas admitiu que há a possibilidade de ações militares.
Os soldados, que falavam russo, passaram a operar o terminal que serve como ponto de partida para Rússia. Um funcionário do governo americano que preferiu não se identificar disse à agência Associated Press que os EUA acreditam que a Rússia já tenha controle sobre a Crimeia, com mais de 6 mil soldados na região e que agora os temores são de que o governo do presidente Vladimir Putin resolva expandir seu controle para outras regiões da Ucrânia.
AVIÕES
Jatos de combate russos violaram duas vezes o espaço aéreo da Ucrânia sobre o Mar Morto durante a noite, informou nesta segunda-feira a agência de notícias Interfax, citando o Ministério da Defesa.
O ministério informou que a Força Aérea ucraniana identificou um jato Sukhoi SU-27 e preveniu quaisquer "ações provocativas", sem dar detalhes.
RÚSSIA ACUSA UCRÂNIA
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU o novo governo da Ucrânia de atacar as minorias que falam russo.
"Os extremistas seguem controlando as cidades. Ao invés de cumprirem o que prometeram, criou-se um governo dos vencedores, tomaram uma decisão no parlamento para reduzir os direitos das minorias linguísticas. Eles querem castigar a língua russa, os vencedores têm a intenção de utilizar os frutos de suas vitórias para atacar os direitos humanos", disse Lavrov ao defender a instauração de unidades de autodefesa para proteger as minorias russas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, respondeu que irá pedir a Lavrov para evitar discursos que possam aumentar a escalada de violência na Ucrânia.
PRESSÃO DIPLOMÁTICA
Os países ocidentais aumentavam a pressão nesta segunda-feira para encontrar uma saída diplomática com a Rússia, acusada pela Ucrânia de ter optado pela guerra depois que comandos pró-russos se apoderaram da Península da Crimeia.
A crise, uma das mais graves entre Moscou e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria, provocava quedas nas bolsas (a de Moscou operava em baixa de mais de 5%), assim como altas no preço do petróleo.
O secretário americano de Estado, John Kerry, anunciou que visitará Kiev na terça-feira, para "reiterar o forte apoio dos Estados Unidos à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia", indicou a porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki, em um comunicado.
Os Estados Unidos também pediram o envio imediato à Ucrânia de observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) para tentar "promover o respeito da integridade territorial" desta ex-república soviética, independente desde 1991.
Putin considerou que a Rússia havia dado uma resposta totalmente adaptada à "ameaça constante de atos violentos por parte das forças ultranacionalistas" ucranianas, embora em uma conversa com a chefe de governo alemã, Angela Merkel, tenha aceitado a criação de um grupo de contato para iniciar um diálogo político sobre a Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, convocou a Rússia a reconsiderar, diante do que avaliou como "a maior crise na Europa no século 21".
Hague e seu colega grego, Evangelos Venizelos, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia (UE), se reunirão na terça-feira com as novas autoridades ucranianas, depois da destituição, no dia 22 de fevereiro, do presidente Viktor Yanukovytch pelo Parlamento ucraniano.
No domingo, os líderes do G-7 de países mais industrializados condenaram a clara violação da soberania da Ucrânia por parte de Moscou e anunciaram a suspensão de seus preparativos visando a cúpula do G-8 (G-7+Rússia) em Sochi (Rússia) em junho.
RÚSSIA
A Otan pediu que Kiev e Moscou cheguem a uma "solução pacífica" da crise através do diálogo e "a mobilização de observadores internacionais", segundo seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen.
"A Rússia não quer a guerra com a Ucrânia", respondeu no domingo o vice-chanceler russo, Grigori Karasin.
A tensão persiste na Crimeia, embora os confrontos tenham sido evitados até agora.
CRIMEIA
A Península da Crimeia é uma zona autônoma ucraniana de dois milhões de habitantes, em sua maioria de língua russa, onde a frota russa do Mar Negro tem sua base.
A base militar de Perevalne, que abriga uma unidade da guarda-costeira ucraniana, a 20 km de Simferopol (a capital da Crimeia), foi cercada por centenas de homens armados com fuzis, constatou a agência AFP.
Segundo o ministério ucraniano da Defesa, que estimou seu número em mil efetivos, os atacantes queriam obrigar a guarda-costeira a entregar suas armas.
Vários locais estratégicos da península, como bases militares, aeroportos e edifícios oficiais, foram bloqueados por homens armados, cujos uniformes não têm insígnias, mas que, segundo os observadores, são soldados russos.
O almirante Denis Berezosvski, comandante-em-chefe da Marinha de guerra ucraniana, nomeado há alguns dias pelo presidente interino Olexander Turchinov, anunciou no domingo que aderia às autoridades locais pró-russas da Crimeia.
A Ucrânia advertiu no domingo que a tensão havia deixado esta região da Europa à beira do desastre e já afirmou que a presneça de forças russas na Crimeia constituía uma declaração de guerra.
"Se o presidente Putin quer ser o presidente que começou uma guerra entre dois países vizinhos e amigos, está prestes a alcançar seu objetivo. Nós estamos à beira do desastre", advertiu no domingo Yatseniuk.
03 de março de 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, pediu ao Ocidente apoio político e econômico e disse que a Crimeia vai continuar a ser parte do país, mas admitiu que há a possibilidade de ações militares.
Os soldados, que falavam russo, passaram a operar o terminal que serve como ponto de partida para Rússia. Um funcionário do governo americano que preferiu não se identificar disse à agência Associated Press que os EUA acreditam que a Rússia já tenha controle sobre a Crimeia, com mais de 6 mil soldados na região e que agora os temores são de que o governo do presidente Vladimir Putin resolva expandir seu controle para outras regiões da Ucrânia.
Jatos de combate russos violaram duas vezes o espaço aéreo da Ucrânia sobre o Mar Morto durante a noite, informou nesta segunda-feira a agência de notícias Interfax, citando o Ministério da Defesa.
O ministério informou que a Força Aérea ucraniana identificou um jato Sukhoi SU-27 e preveniu quaisquer "ações provocativas", sem dar detalhes.
RÚSSIA ACUSA UCRÂNIA
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU o novo governo da Ucrânia de atacar as minorias que falam russo.
"Os extremistas seguem controlando as cidades. Ao invés de cumprirem o que prometeram, criou-se um governo dos vencedores, tomaram uma decisão no parlamento para reduzir os direitos das minorias linguísticas. Eles querem castigar a língua russa, os vencedores têm a intenção de utilizar os frutos de suas vitórias para atacar os direitos humanos", disse Lavrov ao defender a instauração de unidades de autodefesa para proteger as minorias russas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, respondeu que irá pedir a Lavrov para evitar discursos que possam aumentar a escalada de violência na Ucrânia.
PRESSÃO DIPLOMÁTICA
Os países ocidentais aumentavam a pressão nesta segunda-feira para encontrar uma saída diplomática com a Rússia, acusada pela Ucrânia de ter optado pela guerra depois que comandos pró-russos se apoderaram da Península da Crimeia.
A crise, uma das mais graves entre Moscou e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria, provocava quedas nas bolsas (a de Moscou operava em baixa de mais de 5%), assim como altas no preço do petróleo.
O secretário americano de Estado, John Kerry, anunciou que visitará Kiev na terça-feira, para "reiterar o forte apoio dos Estados Unidos à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia", indicou a porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki, em um comunicado.
Os Estados Unidos também pediram o envio imediato à Ucrânia de observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) para tentar "promover o respeito da integridade territorial" desta ex-república soviética, independente desde 1991.
Putin considerou que a Rússia havia dado uma resposta totalmente adaptada à "ameaça constante de atos violentos por parte das forças ultranacionalistas" ucranianas, embora em uma conversa com a chefe de governo alemã, Angela Merkel, tenha aceitado a criação de um grupo de contato para iniciar um diálogo político sobre a Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, convocou a Rússia a reconsiderar, diante do que avaliou como "a maior crise na Europa no século 21".
Hague e seu colega grego, Evangelos Venizelos, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia (UE), se reunirão na terça-feira com as novas autoridades ucranianas, depois da destituição, no dia 22 de fevereiro, do presidente Viktor Yanukovytch pelo Parlamento ucraniano.
No domingo, os líderes do G-7 de países mais industrializados condenaram a clara violação da soberania da Ucrânia por parte de Moscou e anunciaram a suspensão de seus preparativos visando a cúpula do G-8 (G-7+Rússia) em Sochi (Rússia) em junho.
RÚSSIA
A Otan pediu que Kiev e Moscou cheguem a uma "solução pacífica" da crise através do diálogo e "a mobilização de observadores internacionais", segundo seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen.
"A Rússia não quer a guerra com a Ucrânia", respondeu no domingo o vice-chanceler russo, Grigori Karasin.
A tensão persiste na Crimeia, embora os confrontos tenham sido evitados até agora.
CRIMEIA
A Península da Crimeia é uma zona autônoma ucraniana de dois milhões de habitantes, em sua maioria de língua russa, onde a frota russa do Mar Negro tem sua base.
A base militar de Perevalne, que abriga uma unidade da guarda-costeira ucraniana, a 20 km de Simferopol (a capital da Crimeia), foi cercada por centenas de homens armados com fuzis, constatou a agência AFP.
Segundo o ministério ucraniano da Defesa, que estimou seu número em mil efetivos, os atacantes queriam obrigar a guarda-costeira a entregar suas armas.
Vários locais estratégicos da península, como bases militares, aeroportos e edifícios oficiais, foram bloqueados por homens armados, cujos uniformes não têm insígnias, mas que, segundo os observadores, são soldados russos.
O almirante Denis Berezosvski, comandante-em-chefe da Marinha de guerra ucraniana, nomeado há alguns dias pelo presidente interino Olexander Turchinov, anunciou no domingo que aderia às autoridades locais pró-russas da Crimeia.
A Ucrânia advertiu no domingo que a tensão havia deixado esta região da Europa à beira do desastre e já afirmou que a presneça de forças russas na Crimeia constituía uma declaração de guerra.
"Se o presidente Putin quer ser o presidente que começou uma guerra entre dois países vizinhos e amigos, está prestes a alcançar seu objetivo. Nós estamos à beira do desastre", advertiu no domingo Yatseniuk.
03 de março de 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário