Em 2002, Steven Mosher publicou seu livro “Hegemon: China’s Plan to Dominate Asia and the World” (Hegemonia: o Plano da China para Dominar a Ásia e o Mundo). Como líder pró-vida e profundo conhecedor da língua e cultura chinesa, Mosher pôde fazer um prognóstico da grande ameaça futura: a China.
Apesar disso, o Ocidente faz tudo para não provocar a China e está em relações ótimas com essa futura ameaça.
Grandes fábricas ocidentais funcionam na China, financiando e fortalecendo o que será o maior exército do mundo.
Esse financiamento envolve quase todos os produtos que no passado eram produzidos no Ocidente. Veja um exemplo: Um evangélico em Nova Iorque me disse que queria levar um presente dos EUA para sua namorada na China. Foi muito difícil escolher, pois tudo que ele via nas lojas era da China!
Então, no final, ele escolheu levar uma Bíblia. Ao entregar à jovem chinesa, ela olhou e olhou até encontrar uma página que dizia: Impresso na China. Ele viajou meio mundo para levar de volta à China um produto chinês.
O computador que tenho é “americano,” mas produzido na China. E tudo o mais hoje, inclusive iPhones e outros caros smartphones e computadores, são produzidos na China. As empresas ocidentais estão engordando os bolsos dos militares imperialistas chineses. O artigo abaixo não deixa dúvida: o Ocidente escolheu um estranho caminho de provocar e enfraquecer a Rússia e fortalecer e adular a China.
O Ocidente está friccionando a Rússia do jeito errado por aproximadamente 25 anos.
É difícil compreender a razão disso.
Com toda razão víamos a velha União Soviética como uma ameaça mundial à liberdade.
Mas a Rússia não é tal coisa. É apenas uma grande potência regional cansada de ser humilhada e receber ordens e insultos de estrangeiros ignorantes.
Assisti à velha ameaça soviética desaparecer nas ruas de Moscou em agosto de 1991 quando fracassou um golpe da KGB. O Partido Comunista se quebrou em pedaços e a URSS se desmoronou numa nuvem de ferrugem.
Os russos sempre acreditaram que havia um acordo implícito de que, em troca disso, lhes permitiriam ter sua dignidade. Eles agora acreditam que esse acordo foi quebrado.
O que restou depois de 1991 foi a Rússia, um povo orgulhoso e corajoso vivendo no meio das ruínas deixadas por 74 anos de marxismo e esperando reviver seu país devastado. Nós podíamos tê-los ajudado.
Ao mimar o reinado devasso de Boris Yeltsin (durante o qual ele arrebentou com seu próprio apartamento enquanto o Ocidente observava complacentemente), o Ocidente fez com que os eleitores russos vissem Vladimir Putin como uma alternativa atraente.
O governo de Putin é sórdido, mas nada tão ruim que se compare ao governo da China, com quem o Ocidente tem boas relações.
Em vez de reconhecer que a Guerra Fria acabou, o Ocidente a recomeçou sem motivo algum, incentivando os vizinhos da Rússia a se unirem a UE ou à NATO como se a URSS ainda existisse.
Em meses recentes, a UE e os Estados Unidos têm se mostrado dispostos a machucar e ofender, mas receosos de lançar ataques diretos.
Importantes personalidades americanas, alemãs e europeias têm ido a Kiev para instigar as multidões anti-russas. Imagine como você se sentiria se o ministro das relações exteriores da Rússia aparecesse num comício europeu apoiando a independência de uma parte da Europa.
Os jogos que Putin está jogando na Crimeia são uma resposta sarcástica.
E agora, tendo estimulado esperanças que não pode satisfazer, o Ocidente despertou as antigas paixões dessa parte cruel do mundo e quem sabe aonde a estupidez vangloriosa do Ocidente levará?
03 de março de 2014
Peter Hitchens
Traduzido por Julio Severo do artigo do DailyMail:
Leitura recomendada:
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