"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 3 de março de 2014

CHINA BEIRA A INADIMPLÊNCIA E PODE DESENCADEAR TERREMOTO ECONÔMICO PLANETÁRIO


Projetos concebidos sem relação com a realidade
Projetos sem relação com a realidade presagiam terremoto financeiro

O editor de economia da BBC, Robert Peston, investigou como a desaceleração econômica da China pode levar a uma 'terceira onda' da crise econômica que abalou o mundo em 2008, noticiou G1.

A cidade chinesa de Wuhan é um exemplo: cresceu mais do que qualquer outra cidade do país nas últimas três décadas.

Mas hoje é o símbolo que o “milagre” econômico chinês beira o fim com sério risco para os mercados mundiais.

O prefeito de Wuhan, Tang Liangzhi, gasta quase R$ 800 bilhões na tentativa de transformar a cidade – 10 milhões de habitantes – querendo construir uma megametrópole que dispute com Xangai o segundo lugar entre as cidades chinesas.

Em Wuhan se constroem centenas de edifícios residenciais, anéis viários, pontes, ferrovias, um sistema de metrô e um aeroporto internacional, entre outras coisas mastodônticas.

Nos últimos anos, a China construiu um novo arranha-céu a cada cinco dias, mais de 30 aeroportos, sistemas de metrô em 25 cidades, as três pontes mais extensas do mundo e mais de 9,6 mil quilômetros de rodovias de alta velocidade, além de empreendimentos imobiliários comerciais e residenciais em larga escala.
Terminal ferroviário de Wuhan às moscas
 
Porém esse crescimento aparece como fruto de uma economia desequilibrada, cujas fontes de crescimento não são sustentáveis.

Na crise iniciada em 2007 e 2008, o comércio mundial teve um encolhimento catastrófico para a China, muito dependente das exportações ao Ocidente.

Hordas de migrantes chineses pobres foram forçados a voltar para suas aldeias. Para evitar motins populares o governo chinês liberou o equivalente a R$ 1,5 trilhão em despesas estatais e ordenou aos bancos emprestarem dinheiro sem pensar no amanhã.

Os fabulosos investimentos podres, como cidades fantasmas, estradas sem carros e iluminação pública de ruas que não existem, além dos ilimitados empréstimos irrecuperáveis tinham que dar numa catástrofe.

Segundo a analista Charlene Chu, da agência Fitch, ninguém sabe a dimensão do endividamento do setor bancário. Em 2008 seria de US$ 10 trilhões, mas hoje anda pelos US$ 24 e 25 trilhões.

Esse aumento é equivalente ao total do setor bancário comercial americano, que levou mais de um século para ser constituído, acrescentou Chu.
Zhenhzhou, cidade fantasma
Zhenhzhou, cidade fantasma
 
Não há exceções na história das finanças: empréstimos nessa escala significam futura inadimplência maciça. Quando isso acontecer, ninguém conseguirá imaginar a dimensão do terremoto que tudo derruba.

O milagre econômico chinês poderá então ter um desfecho planetário: uma crise que chacoalharia não apenas a China, mas o mundo inteiro.

O modelo chinês deu aos ocidentais produtos baratos e, para países exportadores (como o Brasil), a venda de commodities.

Como na lenda indiana da mão de macaco, ele trouxe sorte para o mundo, mas no fim se verifica que o fez do modo monstruoso.
 
03 de março de 2014

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