"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

POR QUE A ASSIMETRIA?


A grande mídia mundial (Le Monde, New York Times, CNN, entre outros veículos) dedica bastante espaço aos acontecimentos que estão a agitar a Venezuela nesses últimos dias, denunciando inclusive os métodos violentos de repressão empregados pelo governo de Nicolás Maduro, mediante a divulgação de videos, fotos e relatos. 

É através dessas grandes redes de comunicação, além das postagens esporádicas nas redes sociais, que parte da sociedade brasileira passou a saber, por exemplo, que o governo venezuelano responsabilizou as forças de oposição pelas agitações, acusando-as de articular uma suposta tentativa de golpe de estado, com apoio, naturalmente, dos Estados Unidos. 

As notícias vindas das agências estrangeiras ratificam também a suspeita de que a eclosão dos movimentos resulta da difícil situação econômica em que se encontra o país, com desabastecimento e inflação alta, e do fracasso das políticas sociais que vêm sendo desenvolvidas pelo governo bolivariano. 

Dão conta ainda que os movimentos de protestos já provocaram vítimas fatais e estão sendo esperados para qualquer momento confrontos entre as tropas e os opositores do regime, com consequências imprevisíveis. 

Estes são dados que podem ser obtidos através de qualquer rede de atualidades internacionais e que, no entanto, por aqui, estão ressonando quase nada. 

A população brasileira aguarda, além de um posicionamento oficial do governo brasileiro a respeito da situação, uma explicação para essa assimetria de informação. 

Com a palavra o Planalto e os mandarins de nossa grande imprensa.  
 
19 de fevereiro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado

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