"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A PRIMAVERA VENEZUELANA, IGNORADA PELA IMPRENSA BRASILEIRA


Bom post do amigo Claudio Shikida, em seu blog, sobre o movimento dos estudantes venezuelanos em favor da democracia:
Honestamente, é difícil ter paciência com gente que acha bonito um político que tem acesso às listas de votação e usa isto em proveito próprio não pode ser alvo de admiração de um ou outro estadista. Este alguém foi Chávez (leia este artigo, pelo menos o resumo, para ver como se mede o preço da oposição sob um regime autoritário).
A ele se sucedeu um tal Maduro, que fez questão de dizer em rede de TV nacional que havia visto o falecido candidato a ditador, Chávez, em um muro e, depois, em um passarinho. Uma piada pronta, eu sei, embora nossa diplomacia pareça achar isto tudo muito normal. Bem, até aí, nenhum problema.
Mas no momento seguinte, o senhor Maduro se candidata a ser mais um daqueles que cometem democídio no mundo. Não, aí não é mais tudo bem. Você pode até falar que seu chefe do Banco do Brasil é do PT e, suponha, o PT censura quem fala contra Maduro. Eu aceito este argumento, embora lamente muito que você esteja sujeito a uma mordaça. Pior para você. claro.
Agora, novamente, o que é curioso nesta história toda é a tentativa de Maduro em lutar contra a realidade: a inflação venezuelana é um fato e o modelo redistributivista (este, em que uma espécie de "bolsa-família" vira um subsídio grego enquanto durar o patamar favorável do preço do petróleo) está falido. Já fizeram de tudo: expulsar o capital estrangeiro e lhe tomar os ativos, xingar o Bush, o Obama, etc. Querem congelar preços e calar a imprensa que lhe faz oposição. Resultado? A Venezuela caminha para os piores lugares em todos os indicadores sócio-econômicos que existem.

A Economia Política desta história toda me diz que esta história não terá final feliz. Infelizmente. Mas engraçado mesmo é que nossa imprensa resiste bravamente a chamar isto tudo de uma legítima primavera venezuelana. Para o bem ou para o mal, isto me lembra muito a Primavera de Praga (compare a Wikipedia em língua portuguesa e a inglesa para ver se há viés, se há conteúdo melhor, etc).
19 de fevereiro de 2014

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