A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com o MDA Pesquisa, divulgada hoje, omitiu três perguntas consideradas fundamentais pelo mercado financeiro para avaliar o fôlego do apoio que a presidente Dilma Rousseff terá ao longo da campanha para as eleições presidenciais deste ano.
Ao contrário da pesquisa feita em novembro, o levantamento deste mês deixou de perguntar aos entrevistados sobre a) o grau de preocupação com a inflação; b) grau de preocupação com o crescimento da economia; c) grau de preocupação com a alta do dólar.
Aliás, foi a resposta sobre o grau de preocupação com a inflação, em que 53,7% dos ouvidos disseram estar "muito preocupados", que tomou conta de boa parte das manchetes de jornais e revistas.
Na pesquisa divulgada hoje, constaram apenas as perguntas sobre a avaliação do custo de vida em relação aos últimos 12 meses (em que 77,2% dos entrevistados disseram que aumentou) e a expectativa para o custo de vida para o ano de 2014 (aumentará, para 71,8%).
Não é a mesma coisa.
A palavra inflação e o grau de preocupação com ela dos brasileiros têm um peso psicológico para os eleitores brasileiros.
Da mesma forma, os outros dois pontos de desconforto para o governo - o crescimento aquém do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) e a subida do dólar - também desapareceram do questionário que consta do arquivo que o público tem acesso da pesquisa na página da Internet da CNT. Em relação ao grau de crescimento da economia, 44,1% dos entrevistados disseram em novembro estar muito preocupados. Quanto ao grau de preocupação com a alta do dólar, 38,3% disseram estar preocupados. No dia 7 de novembro, quando aquela pesquisa foi divulgada, o dólar fechou a R$ 2,3060, maior nível em dois meses.
Os analistas ouvidos por esta coluna afirmam que, além da inflação, o nível de emprego e de renda será fundamental às pretensões de reeleição da presidente Dilma.
E quanto a esses dois itens, a pesquisa CNT/MDA traz uma comparação entre os levantamentos de novembro e deste mês. E a conclusão é que os brasileiros estão mais pessimistas agora quanto à situação do emprego e de renda.
Se essa deterioração continuar, certamente o sinal amarelo acenderá no comitê de campanha do PT, enquanto os adversários de Dilma poderão ter, além da questão da inflação, outros dois temas para tentar roubar da presidente a preferência dos eleitores.
Na pesquisa de hoje, 36,7% dos entrevistados consideram que a situação do emprego no País vai melhorar nos próximos seis meses, enquanto 20,7% acreditam que vai piorar. Em novembro, 38,3% acharam que a situação ia melhorar, enquanto 17,6% disseram que vai piorar.
Quanto à pergunta "expectativa para a situação da renda mensal do entrevistado para os próximos seis meses", na pesquisa de hoje, 32,2% apostam que a renda vai aumentar, enquanto 12,2% acham que vai diminuir. No levantamento divulgado em novembro, 35,4% acreditavam que a renda ia aumentar e 9,6% disseram que ia diminuir. Na pesquisa de novembro, ao contrário da divulgada hoje, havia ainda a pergunta sobre o grau de preocupação com a perda do emprego (59,6% se disseram muito preocupados).
A economia já vem sendo há muito tempo um elemento fundamental na hora do eleitor brasileiro escolher seus candidatos a cargos executivos. Diante do que analistas e investidores apontam como uma deterioração dos fundamentos da economia brasileira desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em janeiro de 2011, os temas inflação, emprego e nível de renda poderão decidir a corrida presidencial.
Seria lógico pensar que a queda na expectativa de emprego e de renda na comparação das pesquisas de novembro e deste mês tem uma relação com a piora da avaliação positiva do governo da presidente Dilma (que caiu de 39% para 36,4%) e da aprovação do desempenho pessoal da presidente (que caiu de 58,8% para 55%).
A campanha eleitoral ainda não teve o início oficial, mas resta a dúvida de quanto a dianteira que Dilma tem hoje sobre seus principais adversários será corroída se a inflação voltar a se acelerar para próximo do teto da meta do Banco Central, de 6,5%, como é a expectativa de muitos analistas para meados deste ano, e também quando o mercado de trabalho brasileiro começar a dar sinais de enfraquecimento.
Ao contrário da pesquisa feita em novembro, o levantamento deste mês deixou de perguntar aos entrevistados sobre a) o grau de preocupação com a inflação; b) grau de preocupação com o crescimento da economia; c) grau de preocupação com a alta do dólar.
Aliás, foi a resposta sobre o grau de preocupação com a inflação, em que 53,7% dos ouvidos disseram estar "muito preocupados", que tomou conta de boa parte das manchetes de jornais e revistas.
Na pesquisa divulgada hoje, constaram apenas as perguntas sobre a avaliação do custo de vida em relação aos últimos 12 meses (em que 77,2% dos entrevistados disseram que aumentou) e a expectativa para o custo de vida para o ano de 2014 (aumentará, para 71,8%).
Não é a mesma coisa.
A palavra inflação e o grau de preocupação com ela dos brasileiros têm um peso psicológico para os eleitores brasileiros.
Da mesma forma, os outros dois pontos de desconforto para o governo - o crescimento aquém do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) e a subida do dólar - também desapareceram do questionário que consta do arquivo que o público tem acesso da pesquisa na página da Internet da CNT. Em relação ao grau de crescimento da economia, 44,1% dos entrevistados disseram em novembro estar muito preocupados. Quanto ao grau de preocupação com a alta do dólar, 38,3% disseram estar preocupados. No dia 7 de novembro, quando aquela pesquisa foi divulgada, o dólar fechou a R$ 2,3060, maior nível em dois meses.
Os analistas ouvidos por esta coluna afirmam que, além da inflação, o nível de emprego e de renda será fundamental às pretensões de reeleição da presidente Dilma.
E quanto a esses dois itens, a pesquisa CNT/MDA traz uma comparação entre os levantamentos de novembro e deste mês. E a conclusão é que os brasileiros estão mais pessimistas agora quanto à situação do emprego e de renda.
Se essa deterioração continuar, certamente o sinal amarelo acenderá no comitê de campanha do PT, enquanto os adversários de Dilma poderão ter, além da questão da inflação, outros dois temas para tentar roubar da presidente a preferência dos eleitores.
Na pesquisa de hoje, 36,7% dos entrevistados consideram que a situação do emprego no País vai melhorar nos próximos seis meses, enquanto 20,7% acreditam que vai piorar. Em novembro, 38,3% acharam que a situação ia melhorar, enquanto 17,6% disseram que vai piorar.
Quanto à pergunta "expectativa para a situação da renda mensal do entrevistado para os próximos seis meses", na pesquisa de hoje, 32,2% apostam que a renda vai aumentar, enquanto 12,2% acham que vai diminuir. No levantamento divulgado em novembro, 35,4% acreditavam que a renda ia aumentar e 9,6% disseram que ia diminuir. Na pesquisa de novembro, ao contrário da divulgada hoje, havia ainda a pergunta sobre o grau de preocupação com a perda do emprego (59,6% se disseram muito preocupados).
A economia já vem sendo há muito tempo um elemento fundamental na hora do eleitor brasileiro escolher seus candidatos a cargos executivos. Diante do que analistas e investidores apontam como uma deterioração dos fundamentos da economia brasileira desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em janeiro de 2011, os temas inflação, emprego e nível de renda poderão decidir a corrida presidencial.
Seria lógico pensar que a queda na expectativa de emprego e de renda na comparação das pesquisas de novembro e deste mês tem uma relação com a piora da avaliação positiva do governo da presidente Dilma (que caiu de 39% para 36,4%) e da aprovação do desempenho pessoal da presidente (que caiu de 58,8% para 55%).
A campanha eleitoral ainda não teve o início oficial, mas resta a dúvida de quanto a dianteira que Dilma tem hoje sobre seus principais adversários será corroída se a inflação voltar a se acelerar para próximo do teto da meta do Banco Central, de 6,5%, como é a expectativa de muitos analistas para meados deste ano, e também quando o mercado de trabalho brasileiro começar a dar sinais de enfraquecimento.
19 de fevereiro de 2014
Fábio Alves é Jornalista do Broadcast da Agência Estado
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