Durante todo o período de dominação na Índia, o Império Britânico nunca manteve mais de 17000 homens naquela colônia, que à época, abrangia o Paquistão e Bangladesh. Utilizava tropas locais e, principalmente, a cobiça dos Rajás e Marajás, aos quais “premiava” com poder e dinheiro, fazendo o jogo de dominação de milhões de naturais.
É um jogo de poder e dominação, muito mais eficiente e barato do que se o Império tivesse que submeter milhões de pessoas, diretamente, com agentes britânicos.
Após a queda da Índia, nem Ghandi, com toda sua liderança e carisma, conseguiu manter a unidade nacional; a ex-colônia dividiu-se em três partes e, o líder da independência foi assassinado.
Diretamente, o Império Britânico tem sérias dificuldades em submeter a Irlanda e a Escócia, que conseguiram uma independência relativa. Porém, a rainha continua Chefe de Estado do Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além de algumas ilhas e das Malvinas, que já custaram uma guerra.
A duras penas, o Império Britânico aprendeu a governar indiretamente, através de lideranças locais, mantendo sua influência e poder, veladamente.
Os EUA, apesar de todo o poderio econômico e militar e das suas boas intenções, como paladino mundial da democracia, carecem de autodeterminação, porque suas elites econômicas, a exemplo dos marajás da Índia, têm “interesses cruzados” com o Império Britânico.
O próprio FED (um banco central privado) é liderado pelo Banco Rothschild. Vale dizer que o meio circulante do dólar é controlado por um banco inglês.
O historiador inglês Eric J. Hobsbawn, na sua obra “A era dos Impérios”, já na introdução, afirma que a América do Sul seria “parte informal” do Império Britânico.
Na mesma obra, Hobsbawn informa, que foi o procôncul Lord Lugard (1858-1945), quem inventou o “Governo Indireto”, ativo, principalmente, na Àfrica Ocidental, através dos chefes africanos.
A França tem usado a mesma técnica de Governo Indireto, nas suas ex-colônias africanas, desde que foi expulsa da Argélia, nos anos 60.
No Brasil, integrante da América do Sul, que segundo Hobsbawn seria parte informal do Império Britânico, parece que o “Governo Indireto” tem funcionado desde o Império, minado pela própria Carlota Joaquina, rainha de D João VI.
Em razão dessas tramas, o Império do Brasil, à época segunda potência mundial, foi rebaixado à “República de Bananas”; epíteto que resiste, graças à pífia e conveniente “atuação” de nossos governantes, que amam o Império Britânico, submetendo artificialmente, gerações de milhões de brasileiros, à pobreza.
De fato, apesar de sermos o celeiro do mundo e possuirmos reservas minerais, quase exclusivas, como o Nióbio, a pobreza do povo persiste.
Com a estratégia do Governo Indireto, a City de Londres já apoderou-se da Vale do Rio Doce, da Siderúrgica Nacional, das preferenciais da Petrobrás e do potencial sucro-alcooleiro brasileiro. Para o povo: o bolsa família, o fome zero, juros, impostos e o controle social pelo regramento excessivo, e tome futebol, porque é preciso prestidigitar a realidade.
Contra o ”Governo Indireto”, que nos escraviza, através de falsas lideranças (Marajás e Rajas), é imprescindível a coragem de encarar e enfrentar a realidade histórica. Honremos D. Pedro I, o Defensor Perpétuo do Brasil:
“Laços Fora! Independência ou morte!”
19 de fevereiro de 2014
Antônio Ribas Paiva, Advogado, é Presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos.
Antônio Ribas Paiva, Advogado, é Presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos.
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