Com aval da União Europeia, Berlim e Paris fazem reunião nesta quarta-feira.
Homem se prepara para atirar uma bomba durante confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19) - Sergei Supinsky/AFP
Nas últimas 24 horas ao menos 26 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em decorrência dos protestos – ao menos catorze manifestantes, dez policiais e um jornalista, Vyacheslav Veremyi. A reunião emergencial foi marcada em Paris e tem o apoio da Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, e também dos Estados Unidos – que já se manifestaram publicamente a favor da oposição e contra a truculência do governo
ucraniano. Nesta terça, dia mais violento desde o início dos protestos, no final de novembro, Berlim e Paris já haviam criticado o governo de Viktor Yanukovich por abuso de violência contra civis.
"Não vamos continuar indiferentes", disse Fabius. "Pode haver uma variedade de sanções, principalmente individuais contra os que estão por trás da violência", adiantou o chanceler francês. A chanceler alemã Angela Merkel, por meio de sua porta-voz, lamentou as mortes e os confrontos. Questionada sobre as sanções, a porta-voz Christiane Wirtz indicou que a Alemanha conversa com seus aliados sobre o assunto, mas não forneceu detalhes. Segundo a BBC, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, que mantém um bom diálogo com outras ex-repúblicas que viviam sob o domínio soviético, também cobrou por sanções.
Tusk ressaltou, no entanto, que embora as sanções não tivessem impacto suficiente para forçar uma resolução pacífica imediata para a crise, as medidas seriam "um gesto de solidariedade com o povo ucraniano e um sinal claro às autoridades que suas ações são inaceitáveis".
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O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, declarou que nesta quinta-feira ele comandará uma reunião com 28 ministros de Relações Exteriores para discutir a crise na Ucrânia. Barroso também disse estar "em choque com os episódios que viu na Ucrânia nas últimas 24 horas”. O presidente executivo da Comissão Europeia ainda criticou a violência:
“Condenamos nos termos mais fortes o uso da violência como forma de resolver uma crise política e institucional. Ele [Yanukovich] é a liderança política do país que tem a responsabilidade de assegurar a necessária proteção dos direitos e liberdades fundamentais". Barroso também afirmou que "não há circunstâncias que possam legitimar ou justificar tais cenas. Estendemos nossas mais profundas condolências às vítimas e suas famílias”.
O comissário da União Europeia (UE), Stefen Fulen, entrou em contato nesta terça com o governo ucraniano e cobrou que o país “abaixe as armas”. Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carner, comunicou que os Estados Unidos estão preocupados com a situação e que “a força não vai resolver a crise”.
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Na Rússia, principal aliada da Ucrânia, o governo comandado por Vladimir Putin se limitou a responsabilizar as “forças ocidentais e a oposição” pela escalada da violência. "A parte russa exige que os líderes da oposição parem o derramamento de sangue em seu país, retomem o diálogo imediatamente com as autoridades legítimas sem ameaças ou ultimatos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado. "A Ucrânia é um Estado irmão e amigo, um parceiro estratégico e vamos usar toda nossa influência para que a paz e a calma reinem", afirma o comunicado.
VEJA
(Com agência Reuters)
19 de fevereiro de 2014
Cronologia dos protestos na Ucrânia
A recusa ucraniana - 29 de novembro
O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich (esq), ao lado
do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz
A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus.
No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas - Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão - os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo.
O presidente ucraniano Viktor Yanukovich explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita "de um programa de ajuda financeira e econômica" da UE.
"Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação", retrucou François Hollande, presidente da França. Saiba mais sobre por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.
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